RN Nuzlocke LG: 41 - Ab Imo Pectore

RECINTO NERD NUZLOCKE - LEAF GREEN - 

CAPÍTULO 41:  Ab Imo Pectore

 - Sejam bem-vindos ao lobby de inscrição. - Disse uma voz animada nos auto-faltantes. - Por favor, dirijam-se à central de atendimento. - Kari respirou fundo e começou a dar passos firmes em direção aos balcões. O local de piso ladrilhado bege e paredes de cor laranja e vermelha, decorado com quadros de antigos Campeões e membros da Elite dos Quatro, estava relativamente cheio. Diversos treinadores estavam reunidos com sua equipe, tentando passar um pouco de apoio moral nas últimas horas. O sistema de era bem simples. Os treinadores iriam enfrentar a Elite dos Quatro em sequência, e caso perdessem de qualquer um seriam eliminados. Depois dela, enfrentariam o Campeão para decidir o título. Normalmente apenas dez pessoas se inscreviam cada mês, e haviam seis naquele lobby. Não deve ter muito mais, pensou a garota, se lembrando nos problemas para conseguir as duas últimas insígnias.

 - Olá! Seja bem-vinda! - Disse a atendente de rabo-de-cavalo loiro, vestida com uma saia branca e uma camisa social vermelha decorada com o símbolo da Liga, quando a treinadora se aproximou do balcão. - Primeiro de tudo, eu tenho que perguntar: você está ciente da mudança de regras?

 - O... o quê? - Perguntou Kari. De fato, não estava ciente.

 - Tssss. - Sibilou a atendente por entre os dentes. - Acho que sou eu que devo te dizer as notícias: Red sumiu. - Red era o Campeão de Kanto/Johto, uma lenda. Essa notícia fez a garota murchar.

 - O quê? O que aconteceu? - Perguntou ela, sem conseguir acreditar direito.

 - Duas semanas atrás ele simplesmente desapareceu. Um homem de Unova veio se encontrar com ele, e logo depois Red não estava mais em nenhum lugar do Platô Indigo!

 - E o que vai acontecer agora? - Perguntou a garota. Quanto tempo a burocracia levará para resolver isso, pensou desesperadamente ela.

 - Por sorte, Lance deu um jeito. - Disse a atendente. - Como o Campeão interino, ele decidiu mudar as regras. Enquanto a Liga não resolve esses problemas, ele resolveu dar uma chance aos poucos treinadores que conseguiram juntar as oito insígnias antes do escândalo dos líderes de ginásio. As novas regras provisórias são as seguintes: quem quiser irá enfrentar a Elite dos Quatro do jeito que era antes. No entanto, em vez de batalhar com o Campeão, os vencedores irão se enfrentar em um pequeno torneio particular. Caso duas pessoas passem, será uma final. Caso quatro passem, haverá uma semifinal. Caso uma passe, ela será a Campeã de forma imediata. E por aí vai. - A mulher sorriu, tentando acalmar a treinadora tensa. - Viu? Tudo se ajeitou no final.

 Kari pensou nisso. Parecia aceitável, concluiu, apesar de ser um pouco decepcionante. Havia esperado um longo tempo por uma chance de lutar contra Red, que havia sido o Campeão durante seis anos. De qualquer forma, ainda tinha uma chance de vencer. - Eu aceito. - Disse ela finalmente.

 - Excelente. - A atendente começou a mexer no computador, digitando rapidamente. - Eu só preciso de seu ID, por favor. - Kari entregou o cartão na mão estendida da mulher. - Oh, cidade de Pallet? É a segunda pessoa que eu vejo hoje! - Claro, pensou a garota. Gary havia chegado também. A loira digitou novamente, até que virou o monitor para a treinadora. - Por favor, indique para quem você gostaria de fornecer os vinte ingressos que têm direito.

 Kari começou a digitar na tela de toque, tentando pensar em vinte pessoas que conhecia bem o suficiente para esse evento. Colocou sua mãe e alguns amigos antigos de Pallet, não precisando fornecer uma entrada para o professor Carvalho, que provavelmente havia sido convidado por Gary. Também não precisava convidar os líderes de ginásio, visto que tinham passe livro para solenidades como essa. Acabou por chamar Bill de Cerulean, de forma a compensar pela passagem para o S.S.Anne, e Fuji. Seu coração se acelerava cada vez que um nome era adicionado à lista. A hora estava chegando.

 - Ótimo. - Exclamou a atendente assim que a garota terminou. - Agora só preciso que você coloque o nome do seu padrinho. - O padrinho era a pessoa que acompanharia o futuro Campeão na cerimônia de posse. Kari pensou em colocar sua mãe, mas acabou por digitar o nome do professor Carvalho. Se alguém havia lhe dado a base para estar onde estava, era ele. - Sua inscrição está completa! Você pode aproveitar de nossas instalações até o torneio daqui a uma semana. Boa sorte! - Desejou ela enquanto Kari caminhava até os dormitórios.

 Sabia muito bem o que aconteceria agora. Promoção. Comerciais pipocariam em todas as TV's para avisar do torneio, vendendo ingressos e produtos personalizados. Suas batalhas contra os líderes de ginásio seriam analisadas pelos publicitários, e se tivesse sorte seria selecionada como uma dos candidatos mais promissores. Seu nome seria conhecido por um tempo, entrevistas seriam feitas com sua família, conhecidos e líderes de ginásio, e passaria os próximos dias assinando contratos de imagem para produtos e comerciais. Por sorte não era permitida a dar entrevistas, que seriam concentradas na Elite dos Quatro. Eles que, inclusive, também iriam analisar suas batalhas para procurar qualquer falha que pudessem aproveitar. Kari de repente se sentiu muito nervosa, pensando em também analisar esses vídeos em busca de erros que tivesse cometido antes e táticas que pudesse adotar. Era estranho estar daquele lado, visto que havia passado toda sua vida se preparando para assistir essa competição anual. esse ano, no entanto, provavelmente seria um evento maior do que os outros, visto que um novo Campeão seria consagrado de qualquer jeito. Assim, com o coração batendo forte, foi até sua área exclusiva.

 Os próximos dias foram extremamente tensos. Kari passava o dia analisando suas batalhas no taipe, procurando qualquer erro que tivesse cometido. Havia até mesmo gravações das batalhas contra Blaine e Giovanni, embora estivessem sem som e focadas apenas nos Pokémon, provavelmente por causa das palavras que foram ditas naqueles dias. A garota anotava tudo que conseguia em um caderno que logo ficou lotado, e logo depois acabou se perdendo, ficando ainda mais desesperada. Sua equipe também não estava muito melhor. Kenichi passava o dia inteiro treinando por si próprio, acompanhado por Zelda. Sakura não parava de correr pelas instalações, derrubando coisas e deixando pessoas irritadas. Sara havia sumido, aparecendo apenas para comer e dormir, e Sophie aproveitava as piscinas do local, embora nunca falasse nada. Liz, por sua vez, acompanhava Kari no quarto, embora parecesse nervosa demais para falar.

 Finalmente, o grande dia estava próximo. A treinadora terminou de assistir o taipe contra Erika e esfregou os olhos, sentindo-os arder. Se virou para Liz e deu um sorriso forçado, retribuído também de forma não-natural pela Wigglytuff.

 - É amanhã. Acho que devemos comer bem e dormir cedo. - Era difícil falar, visto que cada palavra era pontuada por uma ânsia de vômito. A garota engoliu em seco, se levantando em seguida com as pernas tremendo.

 - Tudo bem. - A voz de Liz estava mais aguda do que o normal. Kari se ajoelhou para ficar de frente a ela, ficando um pouco preocupada.

 - Está tudo certo com você? - Perguntou.

 - Sim, eu... oh, céus, não. Kari, eu não sei se eu vou conseguir fazer isso. - Ela encarou a treinadora, mostrando os olhos grandes e lacrimejantes. - Digo, eu não sei. É muita coisa acontecendo. Eu tenho medo de falhar com você, de não ser boa o suficiente, de deixar todo mundo na mão, de... - A Pokémon estava falando tão rápido que a treinadora colocou o dedo em seus lábios, forçando-a a parar.

 - Escute. - Começou ela, tentando passar confiança. - Você não tem que provar mais nada. É um membro essencial em nossa equipe. Já mostrou a que veio muitas vezes. Eu confio plenamente em você. - A garota passou a mão no topete de Liz, o desembaraçando. - Você é uma das melhores companhias que eu poderia ter nessa jornada. Acredite, eu não te substituiria por nada. - A Wigglytuff pareceu encabulada, e acenou positivamente com a cabeça. - Ótimo. - Disse a treinadora, se levantando. - Agora vai lá comer alguma coisa. Vou chamar os outros.

 Ela saiu para o corredor, encontrando Sakura no meio do caminho, correndo e derrubando os móveis.

 - Sakura. Não se canse muito, amanhã será um grande dia. - Alertou a treinadora.

 - Eu sei! - Disse a Jolteon, pulando no mesmo lugar. - Só que eu não consigo parar! Estou preparada para qualquer coisa. KARI! - Ela parou, encarando a garota com os olhos assustadoramente abertos. - Eu garanto que vou dar o meu máximo! Você me tirou das ruas de Celadon e me deu um propósito nessa vida! Você me deu a chance de ser o bastião da justiça! Por causa disso, eu prometo que seremos campeões. - Kari ficou impressionada com a seriedade que Sakura de repente passava. Acabou sorrindo e se aproximando dela, passando a mão distraidamente pelo seu pelo.

 - Eu não preciso te motivar, não é mesmo? - Ela se levantou. - Agora vá comer e me prometa que vá descansar. - Acabou seguindo pelo corredor, deixando a Jolteon correr para o restaurante.

 A garota foi até o lado de fora, onde acabou encontrando Sara. Ela estava em cima de uma pedra, com o vulto se destacando no céu púrpura. - Eu sabia que você ia acabar vindo, Kari. - Disse de repente a Sandslash.

 - Eu acho que eu não consigo te surpreender, não é? - Perguntou a treinadora, se aproximando da formação rochosa.

 - Pelo contrário. Você está me surpreendendo desde que te encontrei. Kari. - Ela se virou, encarando a garota do alto. - Eu encontrei diversos treinadores em todos esses anos. Líderes de ginásio como Sabrina e Brock já passaram por mim em suas jornadas. Membros da Elite dos Quatro, como Lorelei. Até mesmo Red, o antigo Campeão. E devo te dizer que não encontrei ninguém como você. Se alguém tem chances de ganhar esse torneio, esse alguém está na minha frente. - Kari sorriu, sentindo o peito ficar mais leve.

 - Obrigada, Sara. - Disse com a voz calma. - Estão todos comendo no restaurante. Quer ir?

 - Eu já vou. - Disse a Pokémon, voltando a encarar a grande lua no céu. - Me dê apenas uns minutos com meus pensamentos. - A garota concordou e deu meia-volta, voltando a entrar no edifício.

 - Foi até as piscinas, onde encontrou Sophie nadando lentamente. - Aproveitando tudo isso? - Perguntou a garota.

 - Deveras. Desde as ilhas Sevii não tenho um descanso tão gracioso. - Comentou a Lapras com os olhos fechados. Kari se sentou na beira da piscina, tirando o chinelo para poder afundar os pés na água.

 - Sophie, você é a membro mais nova da equipe. Portanto, não sei se você está cem por cento certa de...

 - Kari. Por favor. - Interrompeu a Pokémon, mantendo um olhar sério em sua direção. - Seu eu não confiasse completamente em você, tinha te abandonado há muito tempo. Acredite, você não precisa se preocupar comigo. - A treinadora sorriu, se levantando.

 - Excelente. Só perguntei por perguntar. Nós estamos indo comer, quer vir?

 - Acho que alguém precisa me colocar na Pokébola, não? Sair dessa piscina pode ser um problema. - Rindo, Kari a colocou na esfera e seguiu para os centros de treinamento.

 Encontrou Zelda e Kenichi voltando de uma sessão na arena. O Charizard se afastou um pouco, deixando a treinadora sozinha com a Golbat.

 - Amanhã é o grande dia, não é? - Perguntou a garota para a Pokémon.

 - Eu sei o que você veio fazer. - Disparou Zelda. - Você veio dar um discurso mequetrefe sobre confiança e valores, não é?

 - Aahhn... talvez. - Respondeu desajeitada a treinadora.

 - Pois saiba que não precisa. Se alguém tem algo a dizer por aqui, sou eu. - A Golbat se aproximou, ficando a centímetros do rosto da garota. - Vamos acabar logo com isso. Eu queria agradecer por tudo o que você fez, Kari. Desde socorrer a minha família no Monte da Lua até me manter na equipe. Espero retribuir tudo isso e é só! Sem lágrimas, sem nada! - Kari ficou apenas piscando até seu cérebro voltar a funcionar. Quando isso aconteceu, sorriu desajeitada.

 - Eu não deveria esperar outra coisa de você, Zelda. Vá lá comer agora. - A Golbat saiu, farfalhando as asas. Kari acabou encarando Kenichi, e os dois se encararam por um longo tempo. Pensou em dizer algo, mas viu que não precisava. Os olhos já diziam tudo. O Charizard se adiantou, passando pela treinadora e saindo do centro de treinamento com apenas uma frase no meio do caminho.

 - Seremos os Campeões.

 O jantar foi uma refeição bastante silenciosa. O restaurante estava relativamente cheio, com os otio treinadores que haviam se classificado para o torneio da Elite dos Quatro fazendo sua refeição junto com suas respectivas equipes. No entanto, ninguém falava. Havia apenas o som dos talheres e das bocas mastigando. Kari chegou a olhar distraidamente pelo aposento, tentando reconhecer as pessoas ali pelos vídeos que assistira. Havia um homem alto e barbado chamado Tyler, de Cinnabar, uma mulher oriental com longos cabelos negros chamada Hitomi, natural das ilhas Sevii, uma garota com marias-chiquinhas rosas cujo nome era Gina, e vinha de Cinnabar também. Também havia um garoto rico chamado Leon oriundo de Vermilion, uma homem negro e careca de Saffron chamado Garrett e uma mulher gordinha chamada Nina, de Fuschia. E também tinha Gary, sentado bem longe da garota. Kari o olhou de relance e percebeu que ele a encarava, mas os dois desviaram os olhares ao mesmo tempo. Nenhum dos dois tinha vontade de conversar com o outro.

 A equipe da garota terminou de comer, e se dirigiram silenciosamente até o quarto. Todos ali sabiam da importância da boa noite de sono, mas ninguém parecia conseguir adormecer. Na escuridão da noite, iluminados pela chama trêmula da cauda de Kenichi, se viam vultos se contorcendo e girando nas camas. Em todos eles, o nervosismo era o suficiente para criar um balde de gelo que havia se alojado em seus estômagos. Só saíram da cama, no entanto, quando os primeiros raios de sol da manhã apareceram na janela. Kari sentiu imediatamente uma ânsia de vômito terrível, e a vontade desesperada de voltar correndo para Pallet. Foi com todo o seu poder de concentração que conseguiu manter os dois desejos sob controle, mas ainda não estava nem perto de ficar tranquila.

 A garota se viu sem capacidade de comer nada, preferindo assim evitar o café-da-manhã. Acabou indo para o lobby, onde os treinadores ficavam aguardando para serem chamados. Mesmo faltando uma hora e meia para a primeira luta, todos os participantes estavam naquele local apertado. Kari se sentou em um banco acolchoado, juntando as mãos e as colocando debaixo das pernas, encarando o chão com nervosismo. Começou a torcer os dedos distraidamente, aguardando. Todos ali pareciam estar fazendo a mesma coisa.

 Eis que um alarme soou, e cada um dos treinadores ali saltou de susto. Kari sentiu o coração quase bater na boca. Todos olharam para a televisão interna, que começou a mostrar uma imagem da arena oval lotada.

 - Treinadores participantes do septuagésimo oitavo torneio da Elite dos Quatro. - Começou o auto-faltante, soltando uma voz feminina. - Hoje vocês começarão as batalhas. Nós resolvemos a ordem de luta de acordo com quando vocês chegaram no Platô Indigo. Portanto, se preparem, pois os chamaremos daqui a cinco minutos pelo seus nomes e cidades! Estejam prontos! - A voz se calou, mas todos os treinadores continuaram encarando o auto-falante, aguardando nervosos.

 - Gary Carvalho, da cidade de Pallet.

 Gary se levantou, andando com os passos decididos para a entrada. Kari pensou em falar algo, mas acabou calada. Os treinadores remanescentes ficaram esperando, dando às vezes algumas olhadelas para a televisão que transmitia a luta. Gary acabou ganhando, e o próximo nome foi chamado depois de alguns minutos.

 - Nina Veras, da cidade de Fushcia.

 Com o tempo, o lobby ia ficando cada vez mais tranquilo. Quando o penúltimo treinador entrou, Kari acabou correndo para o banheiro, sentindo a ânsia de vômito aquecer a garganta. Ela chegou a tempo para vomitar na privada, respirando com dificuldades em seguida. Seu estômago era um balde de gelo, o suor escorria frio pelo seu corpo e ela sentia calafrios a toda hora. Tenho que fugir, pensou ela. Não posso fazer isso, tenho que voltar para Pallet. Ela abriu a porta do banheiro com força, prestes a fugir, até que viu uma barreira em volta da porta. Seus Pokémon a encaravam, cada um deles sorrindo de forma tranquilizante.

 - Estamos esperando seu discurso, Kari. Está quase na hora. - Disse Kenichi, cruzando os braços. Pelo seu olhar, ele parecia saber dos pensamentos da treinadora, que se evaporaram naquele mesmo instante. Não poderia desistir agora, pensou. Havia conquistado tanto. Não poderia jogar tudo no lixo. Além do mais, as coisas eram maiores do que ela agora. A garota sorriu e olhou para a televisão. Leon de Vermilion havia sido derrotado, e poucos minutos sobravam para ela entrar. Kari andou até a porta e se virou, encarando cada um de seus Pokémon. Sophie, Sakura, Sara, Zelda, Liz, Kenichi.

 - Escutem. Eu não vou perguntar quem está pronto aqui. - Começou ela, andando de um lado para o outro. - Sabem o motivo? É porque cada um de nós deu o seu máximo para estar aqui. Cada um de nós tem seu próprio sonho, e todos estão atrás daquela porta. - Ela parou para respirar, olhando para cada membro de sua equipe.  - Vocês me deram força quando precisava. Espero ter feito o mesmo. Porque mudei bastante desde que saí de Pallet. Agora mesmo eu quase voltei ao que era, um garotinha chorona e medrosa, e estava prestes a fugir. Só que vocês me lembraram de quem eu realmente sou agora. Alguém que dará o seu máximo e não terá medo de fazer isso. Não irei mais fugir, e ao invés disso iremos enfrentar a Liga. Tudo será posto à prova agora.

 - Kari Corlux, da cidade de Pallet.

 A garota respirou fundo, tentando controlar os bichos que pareciam andar pelo seu estômago. Se dirigiu até a porta, sentindo seus Pokémon atrás de si. Estava começando a maior jogada de sua vida. A Elite dos Quatro a esperava. O título de Campeã, tão irreal quando saiu de Pallet, agora estava separado por apenas quatro passos.

 E cada passo seria uma guerra.