terça-feira, 29 de janeiro de 2013

RN Nuzlocke LG: 2 - Começos complicados.


Senhoras e senhores, yada, yada, yada, aqui está mais um Nuzlocke. Como prometido, terças e sextas.

Anterior.

RECINTO NERD NUZLOCKE - LEAF GREEN - 

CAPÍTULO 2: COMEÇOS COMPLICADOS.

Kari estendeu a mão, e pegou a Pokébola à direita das demais. Sua mão tremeu, e acabou soltando-a. A esfera se abriu, liberando uma energia que logo tomou a forma de um lagarto laranja de quase sessenta centímetros, com uma barriga amarela, cabeça redonda e grandes olhos azuis. No entanto, o que mais chamava a atenção era seu rabo. Na ponta, uma pequena chama queimava, sem parecer ter combustível. Pelo que diziam, essas chamas reagiam de acordo com as emoções do pokémon. O nome dessa espécie era Charmander, e esse em particular parecia bastante agitado, olhando tudo ao seu redor.

 - Ah. Vejo que escolheu Kenichi. - disse o professor Carvalho.

 - Esse é o nome dele? - perguntou Kari, virando a cabeça para trás.

- Sim. É uma criaturazinha bastante agitada.

Kari se agachou, e olhou orgulhosa para seu primeiro Pokémon. Kenichi parou de olhar para todos os cantos e fixou seu olhar em Kari. Olhos verdes encontraram olhos azuis, e Kari sorriu. Um sentimento estranho passou por seu estômago. Era a animação que contagiava seu corpo, e a certeza de que algo incrível estava começando. O Charmander soltou alguns grunhidos agudos, e voltou a observar o lugar, parecendo tão inquieto quanto Kari se sentia.

 - Ah. Eu já ia me esquecendo. Aqui está o seu kit, Kari. - O professor pegou uma pequena caixa de uma mesa, e abriu-a. Dentro, haviam duas coisas. A primeira era um cartão plastificado com o nome, foto e informações de Kari. Era a sua Trainer I.D, que a registrava como uma treinadora certificada da Liga Pokémon. Ela havia feito sua inscrição meses atrás, mas só havia recebido hoje, assim como seu primeiro Pokémon.

O segundo item, no entanto, era ainda mais impressionante. Parecia uma pequena pulseira preta, com o símbolo de uma Pokébola. Sua funcionalidade era bastante variada. O símbolo da Pokébola podia virar um relógio, uma agenda, telefone e possuía a mais nova versão da Pokédex, guia eletrônico escrito pelo próprio professor Carvalho. No entanto, a funcionalidade mais impressionante era a capacidade de poder falar com Pokémon, algo pesquisado há anos, desde que os cientistas descobriram que eles falavam uma linguagem própria e única. Agora, a conversação entre humanos e Pokémon era possível. E tudo isso era fruto da novíssima Pokédex 2.0.

Kari não conseguia acreditar no que estava olhando. Além de serem produtos incrivelmente fascinantes, eram bastante caros. Ela olhou para o professor Carvalho. Ele devia ter gastado uma quantidade obscena de dinheiro. - Professor... - disse Kari, coma voz tremendo. - quanto você gastou?

- Não se preocupe, Kari. Eu ajudei a desenvolver parte dessas belezinhas, então tenho desconto perpétuo, e comprei de um amigo em Viridian. Além do mais, você e Gary são o orgulho de Pallet. Nunca vimos treinadores tão promissores. Tenho certeza de que vocês vão nos dar muito o que falar.

Os olhos de Kari ficaram marejados, e ela logo desviou o olhar. Ela ia recompensá-los, pensou. Iria realmente se tornar algo que pudesse deixá-los felizes. Não iria decepcioná-los, isso era uma promessa. Ela colocou a I.D em sua carteira, mas antes que pudesse colocar a pulseira, Gary gritou.

 - Agora finalmente temos nossos Pokémon. Você sabe muito bem o que isso significa, Kari!

Kari olhou para ele. Sabia muito bem o que significava, e de fato estava ansiosa para isso. Uma batalha Pokémon. Seu sangue ferveu, e suas pernas voltaram a tremer. Acenou com a cabeça.

 - Crianças, não vejo o motivo de fazerem isso tão rápido. - disse o professor Carvalho, visivelmente alarmado. - Tenho certeza de que encontrarão muitos adversários em sua jor-- Antes que terminasse, Gary e Kari correram para fora do laboratório.

Foram até o pátio interno, onde várias Nidoran fêmeas, preferidas do professor, andavam perto do muro. O local era bem arborizado, mas havia uma clareira central que parecia ter sido feita para batalhas. Gary e Kari se postaram em lados opostos do círculo.

 - Bem. - disse Gary, com voz altiva e pomposa. - hora de ver em quem Pallet realmente irá depositar as esperanças. Espero que você não desista depois dessa derrota, Kari. Eu quero derrotá-la mais vezes.

 - Não conte com isso, Gary. - respondeu Kari, colocando a Pokédex 2.0. - Faço questão de te dar um ingresso VIP para minha cerimônia como Campeã.

 - Heh. Eu duvido muito que isso aconteça, pois meu Pokémon parece muito mais forte que o seu! - Ao dizer isso, ele lançou sua Pokébola, que abriu e revelou um Squirtle, tartaruga bípede e azul, de quase meio metro e rabo felpudo.

Kari mordeu a língua. Então era por isso que Gary queria que ela escolhesse primeiro, para pegar a desvantagem dela. - Bem, isso é o que veremos. Vá, Kenichi! - Kari lançou a Pokébola, e Kenichi parou em frente ao Squirtle.

 - Finalmente. Aqui vou eu! - disse Kenichi. Kari se assustou momentaneamente, impressionada com o fato do Pokémon ter falado. Kenichi tinha uma voz aguda, e parecia realmente bastante animado para a batalha.

  - Titã! Invista contra ele! - gritou Gary. O Squirtle se lançou contra Kenichi, derrubando-o no chão.

- Kenichi! - gritou Kari, procurando em sua Pokédex. Em um menu, estavam as habilidades dele em batalha, graças ao link que havia entre sua Pokébola, sua pulseira e seu I.D. Olhou rapidamente e voltou sua atenção para a batalha.

 - Kenichi, arranhe-o!

- Achei que nunca ia pedir! - O Charmander lançou dois arranhões contra Titã, se livrando dele. Gary clicou em sua Pokédex, e logo o Squirtle lançou sua cauda contra o Pokémon de Kari, desestabilizando-o.

Burra, burra, burra, pensou Kari. Havia passado muito tempo vendo batalhas de nível baixo pela televisão, e tinha se esquecido que os treinadores mais avançados usavam suas Pokédex para transmitir os golpes para seus Pokémons, fornecendo mais rapidez e evitando que o adversário soubesse sua estratégia. De maneira quase instantânea, ela voltou à sua pulseira e escolheu o golpe que Kenichi usaria.

A batalha se tornou mais rápida. Titã voltou a investir contra Kenichi, que o repelia arranhando seu rosto. Na segunda investida, no entanto, o arranhão de Kenichi pareceu ser demais para o Squirtle, que caiu derrotado.

- Isso! Vencemos! Nossa primeira luta! - Kari saltou no ar, e assim fez seu Charmander. Gary se limitou a retornar seu Pokémon à Pokébola, resmungando que tinha pego o Pokémon errado, e sair pela porta.

Kenichi andou até Kari, e disse: - Seremos os campeões, você está me ouvindo? Um dia usaremos aquelas capas e seremos os reis de Kanto! E terei tudo que eu pedir depois disso. Carros, mulheres, nachos, e todas aquelas jujubas. Só que eu não quero as roxas, elas são horríveis! Farei com que não produzam mais roxas, apenas amarelas. E depois eu vou...

 - Sim, sim. - disse ela, colocando-o de volta à Pokébola. Parecia falante, esse. Enquanto saía, percebeu uma aglomeração em frente ao laboratório. Quando saiu, parecia que metade da cidade estava na rua, com cartazes e cantorias. Se lembrou do professor Carvalho falando sobre ela e Gary serem o orgulho de Pallet, e seus olhos ficaram marejados de novo. Não ajudou o fato de que sua mãe estava na frente, chorando copiosamente. Kari se aproximou dela.

Quando chegou bem perto, sua mãe tirou a mão do rosto e abraçou fortemente. Se Kari estava contendo suas lágrimas antes, agora foi impossível. Elas corriam pelo seu rosto em uma cascata fina e constante, enquanto abraçava sua mãe. Não se sabia quanto tempo tinha se passado, mas uma mão veio em seu ombro, a separando do abraço materno.

 - Vamos, Zoe, deixe-a respirar um pouco. - A dona da mão era Daisy Carvalho, irmã mais velha de Gary e servia também como irmã mais velha de Kari. Com vinte e dois anos, tinha os cabelos castanhos do irmão, mas usava-os na forma longa e lisa. Seu rosto era menos pontudo, com olhos castanhos grandes e nariz arrebitado. Ao vê-la, Kari se acalmou internamente. Daisy era um criadora de Pokémon, e com ela Kari havia aprendido a tratar essas criaturas, enquanto Gary se mantinha mais afastado. - Bem, Kari, hoje é o dia. - disse Daisy, segurando-a pelos ombros. - Sua vida adulta começa hoje. Espero que esteja preparada.

 - Pode apostar. - disse Kari, sentindo a excitação voltar ao seu sangue.

 - Bem, que tal nos mostrar seu Pokémon, então?

 - Ah, claro. Espere um pouco. - De forma meio atrapalhada, ela soltou a Pokébola do cinto e libertou Kenichi. Ao ser solto, o Charmander se agitou, voltando sua atençaõ irritado para Kari.

 - Quem você pensa que é, me prendendo antes de eu terminar meu discurso, sua tábua?

A multidão ficou em silêncio, todos olhando incrédulos para Kari e seu Pokémon. Ela, por sua vez, também ficou silenciosa, mas olhava-o com um olhar diferente, como se não conseguisse acreditar no que estava ouvindo.

 - O que você disse? - disse ela, demorando em cada sílaba.

 - Você me ouviu, cacete! Não acredito que vou ter que dividir meus méritos como Campeão com uma mocréia que nem você! Por Arceus, eu...

Antes que ele pudesse terminar, Kari também estava discutindo. Veja, Kari podia ser normalmente uma pessoa simpática, mas era necessário pouco para tirá-la do sério. E quando isso acontecia, ela não parava tão fácil.

 - Escuta aqui, seu lagarto superdesenvolvido. Você vai fazer o que eu quiser, quando eu quiser, e pelo visto a primeiro coisa que você precisa é comprar um óculos, pois seus olhos parecem estar atrofiados. E quem foi que te ensinou sobre respeito, pintor de rodapé?

Algo importante a notar sobre Kenichi era que ele nunca tinha sido respondido suas provocações. Obviamente, ele precisava mostrar a sua nova treinadora quem é que mandava.

E então ambos começarem a discutir e se xingar em frente à cidade inteira. Kari cobrava respeito e constantemente ridicularizava o tamanho de Kenichi, que por sua vez afirmava que não precisava dela para ser campeão, além de comentar aqui e ali sobre a beleza de Kari. A multidão não havia saído de seu estado letárgico, e continuou observando os dois discutirem tal qual uma partida de tênis.

Depois de alguns minutos, Daisy se libertou do estupor e começou a arrastar Kari até a saída da cidade, enquanto ela e Kenichi continuavam discutindo. De fato, ele se mantiveram nesse estado até que Daisy os deixou na Rota 1, início simbólico das rotas de jornadas Pokémon. Só que ainda se passaram algumas horas até que eles tivessem terminado de discutir, e suas vozes ainda foram ouvidas até o pôr-do-sol, quando Kari voltou a guardar Kenichi na Pokébola e saiu pisando forte pelo caminho de grama.

E foi assim que começou a jornada de Kari e Kenichi em busca do sonho comum de serem Campeões. Esse começo, quando relembrado pelos dois depois de meses de viagem, pareceu não representar direito a estrada épica que ambos iam seguir. No entanto, isso ainda será contado.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

RN Nuzlocke LG: 1 - Folhas verdes

SENHORAS E SENHORES, LIBEREI MEU CAPS LOCK. SEJAM BEM-VINDOS À MAIS UM POST DO RECINTO NERD.

E HOJE TEM NUZLOCKE.


Não sabe o que é um Nuzlocke? Caraca, você acabou de ler uma explicação. Vá no meu outro post se ainda tem dificuldades.

Eu sempre quis escrever um Nuzlocke. O principal problema é quase todos são quadrinhos, e meu senso de desenho é próximo de 0. Já que não queria fazer algo apenas usando bonecos palitos, decidi tentar escrevendo.

Bem, espero que gostem, pois as coisas aqui no Recinto Nerd vão mudar por causa disso. Agora vamos ter DOIS POST POR SEMANA. Sim, seus carcamanos. Terça e sexta serão dias de Nuzlocke!

Isso significa que os outros posts acabaram? Bem, não, caso aconteça algo importante eu escrevo algumas linhas (tipo o J.J Abrams ser confirmado diretor de Star Wars VII ontem).

Então simbora.

RECINTO NERD NUZLOCKE - LEAF GREEN -

CAPÍTULO 1: FOLHAS VERDES.

" Pokémon: seres antigamente chamados simplisticamente de monstros, selvagens e incontroláveis. Ficaram assim por anos, até a invenção da Pokébola, instrumento feito para aprisionar estes seres. Com o tempo, esses cativos foram postos em batalhas por um grupo de industriais que pretendiam usá-los como mão-de-obra em suas fábricas, mas precisavam popularizá-los para empreender nesta manobra tão arriscada. As batalhas foram um sucesso, e logo os "treinadores Pokémon", como eram chamados, conquistaram fama e fortuna, até que houve a criação da Elite Quatro, organização que regularizou estas contendas. Hoje, Pokémon são parte da cultura mundial. " Texto retirado do Dicionário-Histórico de Canavale. 

O sol da manhã se agigantava, afugentando a noite por mais algumas horas. Seus pálidos raios atingiram a janela de uma pequena casa de dois andares, localizada na cidade de Pallet, onde nossa história começa. A luz chegou ao segundo andar, iluminando um quarto grande, embora com poucos móveis. Havia um armário, uma mesa com um velho computador e uma escrivaninha na parede ao lado da janela. No centro do aposento, havia uma televisão antiga em cima de um tapete redondo verde e branco, assim como um antigo videogame. Havia também uma porta, que ligava ao banheiro, quase que escondida pelo breu, e uma escada levando para baixo, do lado esquerda da janela. Do lado direito, perto do sofá, havia uma cama, curiosamente colocada longe da parede. E nessa cama dormia uma garota. Seu nome era Kari.

Kari tinha um tamanho mediano, e era um pouco magra. Seu rosto era redondo, mas ao mesmo tempo um pouco fino, nariz pequeno e arrebitado, olhos grandes, boca pequena e curtos cabelos castanhos, que estavam espalhados pelo seu rosto enquanto dormia calmamente. Com o tempo, os raios de sol povoaram o quarto, acabando que acordando a nossa heroína. Ela abriu uma das pálpebras, revelando um belo olho verde. Ele esquadrinhou o quarto, ainda meio zonzo, até que subitamente percebeu o que estava acontecendo.

-É hoje! - gritou Kari, saltando da cama com um pulo. Ela correu para o banheiro, e começou se arrumar. Tomou banho, escovou os dentes, arrumou o cabelo, e voltou para o quarto, enrolada em sua toalha. Foi até o armário, e nele havia separada uma roupa, com short marrom-claro e blusa rosa com detalhes brancos, sem mangas.  Kari sorriu, e vestiu as roupa com rapidez.

No pé de sua cama, havia uma mochila, parecendo abarrotada. A garota colocou ela no ombro, e se pôs a andar rapidamente para a escada. Era hoje, pensou. Hoje começava uma aventura. Hoje sua vida mudaria, e ela sabia disso.

Hoje ela iria começar sua jornada Pokémon.

Kari chegou ao andar de baixo, onde havia uma sala misturada com cozinha. Sua mãe estava sentada na mesa de jantar, uma mulher alta, com rosto fino, olhos castanhos e cabelos também, olhando desfocadamente para a televisão. Ao ver Kari se aproximando, se assustou e virou o rosto para a recém-chegada, desta vez com uma expressão triste.

 - É hoje, não? - perguntou.

Kari acenou positivamente com a cabeça.

Sua mãe esboçou um sorriso triste, se aproximou dela e abraçou-a. 

 - Bem, todas as crianças saem de casa um dia. - disse a mulher mais velha. Ela desfez o abraço, mas segurou Kari pelos ombros, olhando bem fundo em seus olhos, verdes por herança do pai.

 - Agora me diga apenas uma coisa. Qual é o seu sonho?

- Vencer a Elite Quatro e me tornar a melhor treinadora Pokémon de Kanto.

Sua mãe continuou fitando-a por algum tempo. E de repente deu um sorriso sincero, e várias rugas pareceram desaparecer do seu rosto.

- Então não deixe ninguém desviá-la do caminho que escolheu. Vá e siga seu sonho, e volte como a Campeã.

Kari sorriu calorosamente também, e abraçou sua mãe, pela última vez em muito tempo. Depois, ajeitou a mochila no ombro e saiu de casa, para as ruas de Pallet.

A cidade de Pallet era pouco mais que um vilarejo. Muitas pessoas zombavam dela, afirmando que tudo que ela tinha eram "duas casas e um laboratório". Um pouco longe disso, Pallet tinha não mais do que dois mil habitantes, e dificilmente um milhar de edifícios, predominantemente residenciais. No entanto, perto do centro havia a casa do famoso pesquisador, chamado carinhosamente pelos conterrâneos de "professor Carvalho". Um homem de quase setenta anos, mas de vigor invejável, havia passado a maior parte de sua vida adulta ligado com Pokémon. Foi um grande treinador quando jovem, chegando a se manter Campeão por alguns anos, antes de se retirar para a área da pesquisa. Ainda um grande entusiasta de batalhas, promovia a iniciação de jovens em suas próprias jornadas, distribuindo espécies raras.

E era para lá que Kari estava indo, com o coração batendo tão forte que parecia querer sair de seu corpo e apostar corrida para ver quem chegava primeiro. Tão logo ela se aproximou do laboratório, viu uma figura que tornava seus dias bem piores. Parado em frente ao edifício, estava Gary Carvalho, um garoto vestido de casaco roxo, rosto pontudo, olhos negros e cabelo castanho espetado. 

Gary e Kari costumavam ser melhores amigos quando crianças. Ambos tinham o sonho de se tornarem Campeões. No entanto, esse sonho em comum acabou provocando uma rivalidade, que se estendeu e aprofundou com o passar dos anos.

 - Parece que chegou atrasada como sempre! - gritou Gary enquanto ela se aproximava.

 - E vejo que chegou bem cedo. O que houve, mijou na cama de novo? - retrucou Kari. O rosto de Gary logo ficou vermelho, mas antes que pudesse responder as portas do laboratório se abriram. O professor Samuel Carvalho, um homem de rosto pontudo, cabelo cinza e olhos negros, vestindo um jaleco branco e surrado, apareceu diante deles. 

- Vejo que ainda não aprenderam a se dar bem. Peço apenas que não tentem se matar nessa jornada. 

 - Bem, para isso, é só ela ficar fora do meu caminho, velho. - disse Gary, entrando no laboratório.

 Samuel suspirou, e olhou para Kari, que continuava parada na porta. - Ainda acho que toda essa revolta vem daquela vez que esqueci o nome dele.

 - Bem, o senhor já me perguntou se eu era um garoto, e eu não guardo rancor do senhor. - disse Kari, rindo.

 - Carvalho também sorriu. - Sim, aqueles remédios brincavam com o meu cérebro. Venha. - E andou para dentro do edifício. Kari o seguiu.

Entraram em amplo aposento, cheio de máquinas complicadas em cada centímetro. Em um canto, havia uma mesa. Em cima dessa mesa, três Pokébolas estavam postadas em fila, esferas vermelhas e brancas, com um botão na frente. Gary estava parado ao lado da mesa, esperando de braços cruzados os dois chegarem.

 - Pensei que ia correr e garantir seu Pokémon, apressadinho. - disse Kari.

 - Não se preocupe. Para isso eu posso esperar. - O sorriso que ele soltou estava bem longe de ser reconfortante para Kari, mas ela não podia se importar com isso agora. Sua jornada começava aqui, com esta escolha. 

 - Bem, já que anseia tanto esperar, Kari irá primeiro. Kari - disse o professor Carvalho, se virando para ela. - você sabe quais são os pokémons. Bulbasauro, Charmander e Squirtle. Grama, Fogo e Água. Três caminhos estão na sua frente. Escolha com sabedoria. 

Kari se virou para mesa, e as Pokébolas pareceram pulsar diante dela. Se aproximou delas, dando passos lentos e sonoros no laboratório vazio. Ficou em frente às esferas. Olhou para baixo, fitando demoradamente cada uma delas. Três caminhos. Uma escolha.

Estendeu a mão. 

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

O porquê de eu odiar Big Bang Theory

Bem-vindos senhoras e senhores, a mais um post do Recinto Nerd!

E queria começar com uma pequena história de minha vida. Veja, hoje estava escolhendo minha camisa, entre várias camisas nerds...


HAHAHAHAHAHAHAHHAHAHA!

... O que diabos foi isso? 

...

Certo, vamos continuar. Então eu peguei minha camisa do Lanterna Verde...

HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAH!

QUE PORRA É ESSA? SÓ ESTOU CITANDO QUE TENHO CAMISAS NERDS!

...

...

HAHAHAHAHAHAHHAHAHAHA!

E é assim que começo meu post do porquê eu odeio Big Bang Theory. Se ainda não entenderam, leiam até o final. De volta à história, estava com a camisa do Lanterna Verde na minha mão, e pensei na quantidade de tempo que eu passei sem usá-la. O motivo é simples: A quantidade de pessoas que vai ver minha camisa e achar que estou usando uma camisa do Sheldon.

VÃO SE FUDER.

E isso, meus caros leitores, me fez pensar. E acho que devo uma explicação à sociedade (embora ninguém tenha perguntado minha opinião). O que me faz odiar Big Bang Theory?

Li alguns artigos, e posso falar de uma questão bastante interessante para começar meus argumentos. Veja, na maior parte dos seriados, você precisa de um personagem principal. Alguém que você se identifique, e seja seu ponto de partida para o universo apresentado à sua frente. Reveja o primeiro episódio de TBBT. Quem é o personagem principal? Os supostos "nerds"? Leonard? Sheldon? Não, camarão, é a Penny.

Penny é quem é apresentada ao mundo dos """""""""nerds""""""""". E todos os outros personagens são uma visão que ela tem sobre os babacas (chega de falar que são nerds, acredite, não faz sentido. Nerds não tem empregos de físicos nucleares e conseguem ir toda quarta-feira comprar quadrinhos). Logo, a coisa é resolvida logo de cara: Big Bang Theory não é feita para nerds. É sobre nerds. De uma forma completamente equivocada e preconceituosa, devo dizer.

Podemos observar essa questão nas próprias piadas. Shows nerds costumam aprofundar uma certa questão e fazer piada dela. TBBT faz piada da própria questão, ridicularizando-a. Colocando em panos limpos: Um show nerd de verdade vai fazer um comentário inteligente sobre a falta de lógica em Star Wars. Big Bang vai fazer a piada sobre o fato dos personagens conhecerem algo sobre Star Wars.

Não acredita? Vamos para um exemplo mais palpável. Dungeons & Dragons. A piada sobre D&D em TBBT é a seguinte: eles estão jogando Dungeons & Dragons. Um RPG! AHAHAHAHAHAHAHAHAHA.  Indo para uma série nerd de verdade (COMMUNITY, SACO, ASSITA LOGO!), há um episódio inteiro sobre D&D, onde os personagens levam a sério o que estão fazendo e abrangem diversas situações em uma partida de RPG.

Entendem onde quero chegar?

Big Bang satiriza os nerds. Não de um jeito inteligente, mas de um jeito feito para as grandes massas. E isso que me irrita com nerds gostando dessa série. Sim, eu sei que todos têm seu gosto, mas a série faz piada de você, cacete! Eles estão rindo de você, não com você! Pare de usar camisas escritas "Bazinga", é um maldito paradoxo!

Eu poderia me aprofundar, mas acho que não tenho o cacife para falar completamente de tudo. Apenas evito essa maldita série, e concentro meus esforços em outras que realmente sejam voltadas para mim, o nerd. Não que eu goste de rótulos como "verdadeiro nerd", mas há uma diferença entre nerds de verdade e posers. E esses posers idolatram Big Bang Theory. Não estou dizendo que todos que gostem são posers, mas há uma maioria. 

Então entenda, nerd piolhento e sebento: Big Bang Theory não é feita para você. Ela não gosta de você. Ela te sacaneia embaixo do seu nariz. As piadas são tão ridiculamente simples que só conseguem atingir de verdade o público normal, aquele que não escuta podcasts gringos sobre quadrinhos ou tem uma estatueta da Terra de Final Fantasy VI na mesa de trabalho. Ou aquelas que reclamam sobre a putaria nos quadrinhos, e ficam teorizando sobre o futuro de Star Wars. 

A piada não é ter um Nintendo Clássico (O que diabos é um Nintendo Clássico?). Eu nem tenho um complemento com essa frase. A "píada" do Classic Nintendo me estressou profundamente. Sheldon só fala: "Vamos jogar no meu Nintendo Clássico". E ELES RIEM. TODOS RIEM. NÃO FOI UMA PIADA.

VEJA. VEJA COMO NÃO É ENGRAÇADO SEM AS RISADAS:


E, para fingir que sou uma pessoa que escreve um blog sério, vou colocar minhas fontes para escrever esse artigo. Eu sei, sou incrível não?

http://butmyopinionisright.tumblr.com/post/31079561065/the-problem-with-the-big-bang-theory

http://ashfurrow.com/blog/2012/01/why-i-dont-watch-big-bang-theory

http://thedustinmeadows.com/post/17657880174

http://www.lasertimepodcast.com/2013/01/12/cape-crisis-38-the-superior-family/

http://www.ugo.com/tv/11-reasons-geeks-hate-the-big-bang-theory?page=3

EDIT: Essa tirinha exemplifica tudo:



sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Isso deveria ser proibido - Número 1.

BEM-VINDOS DE VOLTA, SENHORAS E SENHORES, A MAIS UM POST EXPERIMENTAL DO RECINTO NERD. 

É o seguinte: eu sempre quis ter uma webcomic. Só que não sei desenhar. Eu sei mal e porcamente escrever. Então estou aqui para escrever uma webcomic sem imagens.

Se ficar muito ruim, ligue para 0200-EUNAOMEIMPORTO e seja feliz!

Isso deveria ser proibido.

Número 1.

Mike estava parado fora do quarto. Por favor, que isso funcione, pensou. Pode ser a única chance de eu ter uma vida normal. Por favor, controle David. Que uma única vez na vida ele não aja que nem uma hiena hidrofóbica. Ou qualquer animal em um estado mental debilitado. Isso tudo ele pensou, como posso comprovar. Tenho poderes psíquicos, jovens.

Ah, esqueci de me apresentar. Bem, me chamo de Narrador. Prazer. Seu nome? Ah, sim. Que nome imbecil. Pois bem. Sou da espécie Narradoris Oniscientis, com PHD em Terceira Pessoa. Estou aqui para contar histórias. Histórias imbecis. Vocês entenderão com o tempo. Agora, onde estava?

Ah, sim. Mike estava parado fora do quarto de David. Sim, vamos descongelar o tempo. 

Mike colocou a mão na maçaneta. Esperou. Tirou a mão da maçaneta. Colocou de novo. Ah, que saco. Vamos logo com isso.

Ele entrou no quarto. 

David estava lá dentro, arrumando Gato, o animal de pelúcia. Uma pausa para entendermos o que é Gato. Veja, quando David era uma criança, ele adorou as histórias de Calvin e Haroldo. Mais especificamente, de Haroldo. Sendo ainda mais específico, das ilustrações. David só conseguiu aprender a ler quando estava no colegial. Todas as suas provas até então eram uma cópia exata do que Mike colocava nas deles. Não que isso tenha mudado muito desde então.

Ah, saco, estava contando a história de Gato. Bem, ele queria um animal como Haroldo, mas tudo o que tinha era o Tigrão da sua irmã. Um mergulho em tinta laranja o retirou de suas listras, mas obviamente pintou todo o resto de seu corpo. David então martelou dois pregos nos olhos e costurou uma boca. Assim tivemos Gato, fruto dos pesadelos de Mike por alguns anos.

 - David? Precisamos conversar. - Disse Mike, se sentando no pufe. 

David estreitou seus olhos para ele. - Isso tem a ver com o liquidificador, não tem?

 - Não, é sobre... espere. O que que tem o ventilador?

 - Ah, agora você vai vir reclamar comigo. - disse David, cruzando os braços e empinando o nariz. - Você não estaria assim se eu estivesse com meu... unicórnio! - Ele retirou o que parecia ser patas de cavalo de brinquedo e penas.

 - David... você está tentando fazer aberrações contra a natureza de novo? Já não basta apenas você?

 - Ei, achei que tinha o necessário agora. Eu coloquei o cavalo. um punhado de penas e meu mais novo ingrediente especial, tudo que há de bom!

Mike colocou a mão no rosto. - Por favor, defina o que é "tudo que há de bom".

 - Essa é facil. Suas revistas pornô.

 - O quê? Como você... não, acalme-se. - Mike então começou sua meditação em quinze pequenos passos. Tinha comprado esse livro duas semanas depois de David ter cortado os cabelos do peito e colado nos pés depois de ver Senhor dos Anéis. 

 - Escute. - disse Mike, depois de se acalmar. - Pode não parecer possível, mas tenho uma boa surpresa para você.

 - Estou escutando.

 - Eu vou te dar as chaves para o videogame.

Nova pausa para entendermos a situação. Depois de David ter ficado cinquenta e sete horas seguidas jogando videogame, apenas parando porque Mike ligou desesperadamente para a companhia elétrica dizendo que tinha sonegado todas as suas contas de luz, o videogame foi trancado a sete chaves. Literalmente.

 - Sério? Sério? Oh, isso é irado! Eu prometo não ficar em estado de desidratação dessa vez! Espere... - David estreitou seus olhos. - Você vai sair não vai?

- O quê? Eu? Não seja ridículo... O.K, eu vou. Eu preciso dessa chance, David. Você assustou todas as garotas que eu conhecia e até a minha família. Esse blind date é a única chance que eu tenho.

David voltou a cruzar os braços, fechando os olhos por um tempo. Enfim, abriu apenas um deles. 

 - Certo. Eu prometo não assustar a garota dessa vez até que ela te conheça o suficiente para tolerar qualquer coisa estranha que possa acontecer com você, nem que eu tenha que ficar fora de seu casamento. - Parecia que David estava recitando o que tinha decorado. Isso porque ele tinha. Mike o fez prometer isso cinquenta e sete vezes. 

 - O.K. Vou acreditar em você dessa vez. Agora tenho que ir, antes que eu chegue tarde. Vejo você mais tarde! Não me espere acordado. De fato, se tudo der certo, fique no seu quarto trancado. Não saia de lá até amanhã de tarde. Até mais! - disse Mike, jogando as chaves para ele enquanto fechava a porta. Isso vai dar certo, pensou. David tinha um videogame para prender a atenção. Como não tinha pensado nessa idéia antes? Tudo vai dar certo agora.

Infelizmente para Mike, as coisas não sairiam como planejado. Para ilustrar isso, vamos voltar para David. Ele tinha corrido para o baú onde Mike guardava o videogame. Retirou o objeto, e saiu correndo para a sala da TV. Estava tão assustadoramente feliz que nem percebeu que a porta estava trancada, apenas quando bateu de cara nela. Oh, não, pensou. Hoje era sexta. Mike trancava a sala de televisão toda sexta-feira, desde que David tinha se assustado com o Globo Repórter. E o único que tinha as chaves era... Mike. Bem, pensou David, ele não vai se importar com uma pequena incomodada para pedir as chaves. Era hora de correr atrás dele. E assim ele fez.

E assim eu termibo essa história, caros leitores. O que acontecerá em seguida? Quando a próxima história será contada? Não era mais fácil fazer uma webcomic?

Não sei. Apenas sei que eu esqueci de descrever os personagens. Ah, saco. Mike é que nem o Louis de Left 4 Dead e David é que nem o personagem principal da tirinha do Nerf This. Agora vão reler para entenderem a história! De nada!

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Review Relâmpago de Detona Ralph!

Bem-vindos, senhoras e...

NÃO HÁ TEMPO A PERDER.

É UM REVIEW RELÂMPAGO, ENTÃO VAMOS AOS FATOS.

Detona Ralph conseguiu a proeza de, no quarto dia do ano, ganhar o prêmio de Decepção do Ano, reservado para Homem de Aço. Incrível um filme com tanto potencial ser completamente destruído.

Os primeiros, sei lá, vinte minutos do filme são bem divertidos, cheios de referências a videogames antigos. Parecia ser algo bom. Oh, como estava errado. Minhas expectativas foram destruídas, incineradas, calcinadas, enterradas, revividas, eletrocutadas, e jogadas no lixo.

Primeiro, a dublagem. Sim, caro leitor, é necessário falar da dublagem. Why? Porque a Disney Brasil fez a questão de impedir que as cópias legendadas chegassem às terras tupiniquins. 

Censura? Sim, é uma forma de se dizer. E não é só isso. Em vez de contar com dubladores competentes, que esse país tem de montes, fizeram a questão de colocar Rafael Cortez (CQC), e Marimoon.

MARIMOON. AH VÁ TOMAR NA PUTA QUE PARIU. 

Sério. Não é possível. Além de chutar todos os dubladores do Brasil no saco metafórico, ainda nos obrigam a ouvir essa merda? Pensei que estávamos em um país com uma constituição, não um campo feudal regido por um senhor maluco com um machado e uma espingarda. 

E é claro que eles falharam. Detona Ralph teve uma sequência impressionante de diálogos vergonhosos. Se eu ganhasse um real por cada vez que baixei a cabeça com vergonha da humanidade, eu estava rico. Sério, tenho testemunhas oculares. É o tipo de coisa que me faz querer ser surdo. Coisas como "Major Fedorento", "Pum alguma coisa" e gírias da época que sua avó usava fraldas vindo da pharmacia, não são cabíveis no mundo de hoje. Isso não faz o filme parecer ter raízes brasileiras. Isso faz pessoas vomitarem nos cinemas. 

E claro que a história não pode ajudar. Como falei, os primeiros vinte minutos são bem divertidos. E aí entramos na parte "meh" do filme. 

Primeiro vamos para um videogame "hardcore", onde conseguiu ser mais infantil que o arcade em que o personagem principal vive. Não, não há crítica, padawan. Eu tentei ver isso. É roteiro ruim, mesmo.

E então vamos para os outros três quartos de filme, que se passam em um único jogo! De corrida! De doces! Pela mãe do guarda, qual é o problema dos escritores? Um filme sobre videogames, com milhões de possibilidades, e vocês me inventam uma terra fofinha de doces? Nada contra se ela aparecesse, mas MAIS DA METADE DO FILME? 


Tô com preguiça de colocar o vídeo, me processem. 

E, se não bastasse a falta de aproveitamento do roteiro, a construção dos personagens é pífia. Romances são criados em duas cenas, clichês são jogados aos baldes, tal como um tratador de animais joga palha transgênica para o elefante obeso do zoológico. Ou qualquer ração que o elefante coma, não estou com paciência para verificar. 

No mais, é um filme pífio. Tantas oportunidades foram jogadas fora pela dublagem forçada, o roteiro medíocre e os personagens mal-acabados. 

E, Pixar. Estou de olho em vocês. Depois de Toy Story 3 vocês parecem ter pisado na casca de banana fedorenta e cheia de pum, como diria seu último filme. Carros 2 conseguiu o prêmio de ser um filme da Pixar tão passável que nem eu quis ver, Valente foi bem abaixo do nível de vocês e Detona Ralph foi fraquíssimo. Se Universidade dos Monstros não se sair bem, vou invadir o estúdio de vocês e tirar o cara que escreve os curtas do calabouço que estão prendendo ele. 

E então vou tacar fogo no resto.

To The Moon

Sejam bem-vindos, senhoras, senhores, cachorros, periquitos e funções de segundo grau. Bem-vindos ao primeiro post do Recinto Nerd de 2013.

E começaremos o ano com o pé direito, pois vamos falar de To The Moon.


Sim, eu sei que o jogo foi lançado faz algum tempo. Só que até agora ele não fez o sucesso que merece. E sei que não vai ser o Recinto Nerd que vai ajudá-lo, mas como um gamer, é meu dever tentar fazer as pessoas jogarem os jogos que importam.

Eu tinha um post preparado para lançar hoje, mas ontem (quinta), To The Moon tinha entrado em promoção na Steam. Eu comprei e joguei hoje de manhã. Cinco horas depois, estava chorando descontroladamente, procurando aonde eu poderia comprar uma pelúcia de ornitorrinco.

É estranho tentar escrever para as pessoas comprarem To The Moon sabendo que eu tenho que revelar o mínimo possível sobre o jogo, pois é um dos casos em que as coisas ficam muito melhores sem que eu fale partes importantes da história.

Falando nisso, To The Moon é um jogo completamente focado na história. O gameplay é meio atabalhoado, e definitivamente não é o que vai te prender nas cinco horas que o jogo oferece. O que vai te prender é a história e a música.

Sobre a história, é sobre um velho que está no seu leito de morte. Logo, ele contrata uma empresa que realiza os últimos desejos das pessoas para realizar o seu: ir para a lua. Só que óbvio que isso não significa amarrar a cama dele em um foguete ou em uma catapulta. Em um lance meio Inception, dois cientistas, Neil e Eva, devem ir à fundo nas memórias do velho para implantar o desejo de ir à lua, e fazer com que a própria mente do idoso consiga produzir a memória de que ele foi pra lua. É meio confuso de explicar assim,  mas o jogo faz todo o sentido.

O clima da história é misto. Tem partes que vão fazer você chorar, e outras que irão fazer você gargalhar. Como os cientistas não têm contato com o cliente, eles podem fazer piadas a qualquer hora. Inclusive, são uma das melhores piadas nerds que já ouvi. Vão sobre o Hulk, Dragon Ball, Doctor Who e tantas outras, que você terá chances de se jogar pra trás e rir que nem uma hiena demente.

A música é o outro pilar do jogo. Seu criador, Kan Gao, é ao mesmo tempo o diretor e o compositor do jogo, dando o toque perfeito à cada cena. Ouça um pouco para ver o que quero dizer:


To The Moon é um dos melhores jogos que já joguei, com uma história que está junto com Final Fantasy VI como o que considero ápice de storytelling em um videogame. Eu quero falar sobre tudo e ao mesmo tempo não quero falar nada sobre ele, pois acho que várias partes perderiam o poder se eu desse spoilers.

Portanto, faça um favor. Jogue-o. Se puder comprá-lo, ótimo. Se puder comprar a soundtrack também, melhor ainda. Se não puder mesmo como fazer isso, por não ter um cartão de crédito internacional, ou algo do tipo, procure-o no Youtube. O importante é que você presencie a história e a música. Eu te garanto que não irá se arrepender.