sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

RN Nuzlocke LG: 1 - Folhas verdes

SENHORAS E SENHORES, LIBEREI MEU CAPS LOCK. SEJAM BEM-VINDOS À MAIS UM POST DO RECINTO NERD.

E HOJE TEM NUZLOCKE.


Não sabe o que é um Nuzlocke? Caraca, você acabou de ler uma explicação. Vá no meu outro post se ainda tem dificuldades.

Eu sempre quis escrever um Nuzlocke. O principal problema é quase todos são quadrinhos, e meu senso de desenho é próximo de 0. Já que não queria fazer algo apenas usando bonecos palitos, decidi tentar escrevendo.

Bem, espero que gostem, pois as coisas aqui no Recinto Nerd vão mudar por causa disso. Agora vamos ter DOIS POST POR SEMANA. Sim, seus carcamanos. Terça e sexta serão dias de Nuzlocke!

Isso significa que os outros posts acabaram? Bem, não, caso aconteça algo importante eu escrevo algumas linhas (tipo o J.J Abrams ser confirmado diretor de Star Wars VII ontem).

Então simbora.

RECINTO NERD NUZLOCKE - LEAF GREEN -

CAPÍTULO 1: FOLHAS VERDES.

" Pokémon: seres antigamente chamados simplisticamente de monstros, selvagens e incontroláveis. Ficaram assim por anos, até a invenção da Pokébola, instrumento feito para aprisionar estes seres. Com o tempo, esses cativos foram postos em batalhas por um grupo de industriais que pretendiam usá-los como mão-de-obra em suas fábricas, mas precisavam popularizá-los para empreender nesta manobra tão arriscada. As batalhas foram um sucesso, e logo os "treinadores Pokémon", como eram chamados, conquistaram fama e fortuna, até que houve a criação da Elite Quatro, organização que regularizou estas contendas. Hoje, Pokémon são parte da cultura mundial. " Texto retirado do Dicionário-Histórico de Canavale. 

O sol da manhã se agigantava, afugentando a noite por mais algumas horas. Seus pálidos raios atingiram a janela de uma pequena casa de dois andares, localizada na cidade de Pallet, onde nossa história começa. A luz chegou ao segundo andar, iluminando um quarto grande, embora com poucos móveis. Havia um armário, uma mesa com um velho computador e uma escrivaninha na parede ao lado da janela. No centro do aposento, havia uma televisão antiga em cima de um tapete redondo verde e branco, assim como um antigo videogame. Havia também uma porta, que ligava ao banheiro, quase que escondida pelo breu, e uma escada levando para baixo, do lado esquerda da janela. Do lado direito, perto do sofá, havia uma cama, curiosamente colocada longe da parede. E nessa cama dormia uma garota. Seu nome era Kari.

Kari tinha um tamanho mediano, e era um pouco magra. Seu rosto era redondo, mas ao mesmo tempo um pouco fino, nariz pequeno e arrebitado, olhos grandes, boca pequena e curtos cabelos castanhos, que estavam espalhados pelo seu rosto enquanto dormia calmamente. Com o tempo, os raios de sol povoaram o quarto, acabando que acordando a nossa heroína. Ela abriu uma das pálpebras, revelando um belo olho verde. Ele esquadrinhou o quarto, ainda meio zonzo, até que subitamente percebeu o que estava acontecendo.

-É hoje! - gritou Kari, saltando da cama com um pulo. Ela correu para o banheiro, e começou se arrumar. Tomou banho, escovou os dentes, arrumou o cabelo, e voltou para o quarto, enrolada em sua toalha. Foi até o armário, e nele havia separada uma roupa, com short marrom-claro e blusa rosa com detalhes brancos, sem mangas.  Kari sorriu, e vestiu as roupa com rapidez.

No pé de sua cama, havia uma mochila, parecendo abarrotada. A garota colocou ela no ombro, e se pôs a andar rapidamente para a escada. Era hoje, pensou. Hoje começava uma aventura. Hoje sua vida mudaria, e ela sabia disso.

Hoje ela iria começar sua jornada Pokémon.

Kari chegou ao andar de baixo, onde havia uma sala misturada com cozinha. Sua mãe estava sentada na mesa de jantar, uma mulher alta, com rosto fino, olhos castanhos e cabelos também, olhando desfocadamente para a televisão. Ao ver Kari se aproximando, se assustou e virou o rosto para a recém-chegada, desta vez com uma expressão triste.

 - É hoje, não? - perguntou.

Kari acenou positivamente com a cabeça.

Sua mãe esboçou um sorriso triste, se aproximou dela e abraçou-a. 

 - Bem, todas as crianças saem de casa um dia. - disse a mulher mais velha. Ela desfez o abraço, mas segurou Kari pelos ombros, olhando bem fundo em seus olhos, verdes por herança do pai.

 - Agora me diga apenas uma coisa. Qual é o seu sonho?

- Vencer a Elite Quatro e me tornar a melhor treinadora Pokémon de Kanto.

Sua mãe continuou fitando-a por algum tempo. E de repente deu um sorriso sincero, e várias rugas pareceram desaparecer do seu rosto.

- Então não deixe ninguém desviá-la do caminho que escolheu. Vá e siga seu sonho, e volte como a Campeã.

Kari sorriu calorosamente também, e abraçou sua mãe, pela última vez em muito tempo. Depois, ajeitou a mochila no ombro e saiu de casa, para as ruas de Pallet.

A cidade de Pallet era pouco mais que um vilarejo. Muitas pessoas zombavam dela, afirmando que tudo que ela tinha eram "duas casas e um laboratório". Um pouco longe disso, Pallet tinha não mais do que dois mil habitantes, e dificilmente um milhar de edifícios, predominantemente residenciais. No entanto, perto do centro havia a casa do famoso pesquisador, chamado carinhosamente pelos conterrâneos de "professor Carvalho". Um homem de quase setenta anos, mas de vigor invejável, havia passado a maior parte de sua vida adulta ligado com Pokémon. Foi um grande treinador quando jovem, chegando a se manter Campeão por alguns anos, antes de se retirar para a área da pesquisa. Ainda um grande entusiasta de batalhas, promovia a iniciação de jovens em suas próprias jornadas, distribuindo espécies raras.

E era para lá que Kari estava indo, com o coração batendo tão forte que parecia querer sair de seu corpo e apostar corrida para ver quem chegava primeiro. Tão logo ela se aproximou do laboratório, viu uma figura que tornava seus dias bem piores. Parado em frente ao edifício, estava Gary Carvalho, um garoto vestido de casaco roxo, rosto pontudo, olhos negros e cabelo castanho espetado. 

Gary e Kari costumavam ser melhores amigos quando crianças. Ambos tinham o sonho de se tornarem Campeões. No entanto, esse sonho em comum acabou provocando uma rivalidade, que se estendeu e aprofundou com o passar dos anos.

 - Parece que chegou atrasada como sempre! - gritou Gary enquanto ela se aproximava.

 - E vejo que chegou bem cedo. O que houve, mijou na cama de novo? - retrucou Kari. O rosto de Gary logo ficou vermelho, mas antes que pudesse responder as portas do laboratório se abriram. O professor Samuel Carvalho, um homem de rosto pontudo, cabelo cinza e olhos negros, vestindo um jaleco branco e surrado, apareceu diante deles. 

- Vejo que ainda não aprenderam a se dar bem. Peço apenas que não tentem se matar nessa jornada. 

 - Bem, para isso, é só ela ficar fora do meu caminho, velho. - disse Gary, entrando no laboratório.

 Samuel suspirou, e olhou para Kari, que continuava parada na porta. - Ainda acho que toda essa revolta vem daquela vez que esqueci o nome dele.

 - Bem, o senhor já me perguntou se eu era um garoto, e eu não guardo rancor do senhor. - disse Kari, rindo.

 - Carvalho também sorriu. - Sim, aqueles remédios brincavam com o meu cérebro. Venha. - E andou para dentro do edifício. Kari o seguiu.

Entraram em amplo aposento, cheio de máquinas complicadas em cada centímetro. Em um canto, havia uma mesa. Em cima dessa mesa, três Pokébolas estavam postadas em fila, esferas vermelhas e brancas, com um botão na frente. Gary estava parado ao lado da mesa, esperando de braços cruzados os dois chegarem.

 - Pensei que ia correr e garantir seu Pokémon, apressadinho. - disse Kari.

 - Não se preocupe. Para isso eu posso esperar. - O sorriso que ele soltou estava bem longe de ser reconfortante para Kari, mas ela não podia se importar com isso agora. Sua jornada começava aqui, com esta escolha. 

 - Bem, já que anseia tanto esperar, Kari irá primeiro. Kari - disse o professor Carvalho, se virando para ela. - você sabe quais são os pokémons. Bulbasauro, Charmander e Squirtle. Grama, Fogo e Água. Três caminhos estão na sua frente. Escolha com sabedoria. 

Kari se virou para mesa, e as Pokébolas pareceram pulsar diante dela. Se aproximou delas, dando passos lentos e sonoros no laboratório vazio. Ficou em frente às esferas. Olhou para baixo, fitando demoradamente cada uma delas. Três caminhos. Uma escolha.

Estendeu a mão. 

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