segunda-feira, 9 de junho de 2014

Aurora: Capítulo 14 - Paralelas


AURORA
CAPÍTULO 14: PARALELAS

 Sophie permanecia calada, apoiada em um tronco de árvore à beira da clareira. Abraçada às pernas com firmeza, observava Dalan desenhar padrões na lama, resmungando consigo mesmo. A garota apoiou o queixo no joelho, tentando novamente decifrar o rapaz à sua frente. A cada dia que passava ele agia de uma forma distinta. Quando o conheceu, parecia uma pessoa tímida que se soltava quando bebia. Dias depois, descobriu que ele agia de forma diferente com outras pessoas. No jantar na sede da Aurora ele se manteve em silêncio completo, e hoje havia combinado as atitudes dos primeiros dias e uma nova, a confiante e centrada! O que estava acontecendo ali? Era algum problema com ele? Com ela? A garota afundou o queixo entre os joelhos, ainda fitando o outro. Acho que Amanda sabe o que está acontecendo, concluiu, e esse pensamento por algum motivo a fez murchar um pouco.

 Dalan, por sua vez, se concentrava na formulação de seu plano. Tinha muito pouco com o que trabalhar, e o único jeito de saírem vivos dali era saber usar o que possuía à disposição. Ele havia pego um graveto em uma das árvores caídas, e tentava desenhar um mapa vagabundo da ilha. Tinha quase certeza de que estavam sendo atacados por Nero, o elfo fugitivo que vieram prender. E ele deveria estar na ilha de Thomas Galvan há meses. Os garotos estavam em seu território. Por isso, era natural que Nero tivesse alguma certeza de que eles não representavam ameaça. Dalan sorriu, fazendo um círculo no interior do desenho rudimentar da ilha. Era ali que estava sua vitória.

 - Sophie! - Chamou, com o esquema do plano em sua cabeça. A garota saiu de seu estupor com um susto, e levantou a cabeça. - Vou te explicar o que temos de fazer. 

 O vento voltou a se intensificar, balançando o topo das árvores enquanto a noite chegava. A membro da Aurora ficou fitando o desenho do companheiro, agora cortado por inúmeras setas, e sentiu o nervosismo começar a crescer dentro de si.

 - Você acha que consegue? - Perguntou o garoto, olhando de relance para seu mapa, como se houvesse algo oculto naqueles traços. Sentiu os ferimentos de flecha arderem, e se encolheu.

 - E... eu acho que sim. - Soltou ela, como se tentasse se convencer das palavras que acabaram de sair de sua boca. - Você acha que é o melhor plano que temos? - Perguntou, olhando para o outro com a expressão ligeiramente preocupada.

 - Com as circunstâncias atuais, não vejo nada que diga o contrário. - Comentou ele distraído, agora recobrando todas as etapas de seu planejamento a fim de recalcular todas as consequências. Sophie por sua vez soltou o ar da boca, focando sua visão em um ponto aleatório enquanto tentava se concentrar. Seria assim que sua irmã agia, se perguntou. De que forma engoliria seus medos para completar sua missão? A garota sentiu o coração bater mais forte e estômago se contorcer. Por alguns instantes rezou estar de volta à sede da Aurora, ilesa, mas balançou brevemente a cabeça para afastar esse pensamento. Não ajudaria a guilda em nada se continuasse daquele jeito. Precisava ser mais forte. Mais corajosa. Endureceu o maxilar e balançou as duas mãos em punho, tentando emular sua irmã. Dalan, alheio à tudo isso, se levantou de repente. - É melhor irmos antes que escureça ainda mais. - Disse, passando o pé em seus esquemas. A companheira engoliu em seco, desejando internamente apenas mais alguns segundos para se encorajar. No entanto, não disse uma palavra.

 Os dois caminharam pela mata fechada, procurando chegar às bordas da ilha. Havia uma espécie de estrada que seguiam, um estreito espaço vazio entre as árvores, que se retorcia e se alterava com a mínima alteração no terreno. Os membros da Aurora permaneciam calados, evitando até mesmo se olhar, cada um afundado em seus próprios pensamentos.

 Dalan enfrentava um debate em sua mente. Parte dele queria puxar uma conversa com Sophie, ansiosa para tentar limpar seu nome com a companheira. Outra preferia ficar quieta, sabendo que as chances de falar alguma besteira eram enormes. No entanto, não havia sido por causa de seu silêncio que a garota havia ficado irritada com ele, retrucou a primeira. Tinha resolvido que ia agir normalmente com as pessoas, mas isso não significava que tinha confiança em seu taco, respondeu a segunda. De repente, uma terceira voz entrou na disputa. Não era melhor continuar agindo do jeito que estava, e fazê-la se surpreender com sua concentração e seu plano incrível? As outras duas vozes murmuraram em concordância. Realmente, era a melhor escolha, e fez-se o consenso geral.

 Os pensamentos na cabeça de Sophie, por sua vez, eram mais organizados. Isso com certeza era culpa dela, assumiu. Se Dalan agia de forma diferente apenas com ela, tinha algo que havia feito. Mas o quê? Não se lembrou de nada de errado. Será que havia sido muito atirada quando se conheceram? Não seria surpreendente. No entanto, o que ele queria que ela fizesse? Havia entrado na Aurora derrotando Sasha, parecia simpático, era bonito... Sophie corou, temerosa de que seus pensamentos estivessem muito altos. Olhou de soslaio para Dalan, como se ele tivesse escutado, mas o rapaz continuava virado pra frente. Isso fez com que a garota se irritasse. Mesmo que ela tivesse feito algo errado, isso não o isentava de ser falso. Sabia disso. Ele tratava Amanda de forma diferente. A irritação se acumulou na cabeça dela, e quando percebeu já havia falado em voz alta.

 - E Amanda? - Perguntou sem pensar. O companheiro a olhou, um pouco assustado, e Sophie desviou imediatamente o olhar. Corava agora mais do que nunca, e quase tropeçou em uma raiz exposta. Isso não é coisa que se pergunte, censurou. Se ele gosta de Amanda, não era da conta dela. Não tinha que se envolver nisso.

 - Ah. - Soltou o rapaz. Realmente, a garota deveria estar preocupada. Estavam afastados por algum tempo, e em território hostil. É a sua hora de transpirar confiança e segurança, disse para si mesmo. - Não se preocupe, eu sei o que estou fazendo. - Nossa, isso nem soou convencido, pensou ironicamente.

 Sabe, questionou internamente Sophie, reacendendo a raiva. Sabia que estava sendo falso? Ou sabia que gostava dela e nada mais importava? Sabia? Sabia? - Você sabe? - Deixou escapar a garota. Se arrependeu imediatamente disso. Era melhor ficar calada. Estavam em uma missão, e picuinhas só trariam problemas.

 Dalan, por sua vez, se preocupou. Reviu o plano em sua cabeça, pensando pelo ponto de vista da companheira. Realmente, pareceria que ele estava pouco se importando com Amanda. Dê segurança para ela, gritou sua mente. Mas como? Sem nem mesmo refletir, ele passou os braços pelos ombros de Sophie, aproximando-a de si. - Não precisa se preocupar. Eu me importo com ela. - Nossa, isso soou bastante heróico. Se parabenizou com um sorriso. Parabéns pelo improviso. Sem dúvida, havia feito uma excelente impressão.

 O quê, quê, como, ele... QUÊ? Sophie gritava em sua cabeça, se enchendo de fúria. Dalan não tinha nem mesmo a pachorra de se manter sutil. Ele realmente gostava de Amanda, e agora vinha jogar em sua cara? Sério? Não conseguia acreditar no que tinha ouvido! E ainda a abraçava! Que... nossa! ARGH! Ela respirou fundo, se controlando para não explodir. Não demonstre nada para ele, repetiu internamente. Não cause mais problemas do que já causou. - Que... bom. - Respondeu com esforço.

 O rapaz sorriu, soltando-a. Não havia motivo para se preocupar, pensou consigo mesmo. Tudo havia ocorrido de forma perfeita.

 Continuaram caminhando por mais alguns minutos, desta vez conservando o silêncio. Perceberam que haviam chegado na beira da ilha quando avistaram uma forte onda bater na lateral de rochas da ínsula, espirrando água para o alto. Dalan se adiantou com cuidado, mantendo-se na proteção das árvores. O céu avermelhado do pôr-do-sol contrastava com o azul-escuro das águas, se propagando até onde a vista alcançava. Uma tempestade vinha do leste, e usava como batedor o vento forte e salgado. Seu sopro agitava as árvores e trazia consigo os sons dos trovões ao longe. O garoto se recolheu de volta ao interior de Thomas Galvan, ligeiramente assustado pelo perigo iminente.

 - Vamos lá? - Perguntou distraído à companheira, afastando uma folha de seu caminho enquanto voltava. A garota estancou, arregalando os olhos.

 - A-agora? - Balbuciou. Sentiu algo pesado e gélido descer pela garganta quando engoliu em seco. O plano agora parecia tão imaterial e impossível, que se surpreendeu por não ter percebido isso antes. Ela torceu as mãos, desviando o olhar e tentando juntar forças para seguir em frente.

 Dalan, por sua vez, pôs as mãos no quadril e se virou para a floresta. Havia um estreito caminho à sua frente, que parecia tangenciar a borda da ilha. À direita ficava o mar, e à esquerda o restante da mata. Isso tem muitas chances de dar certo, considerou. Ele olhou de relance para o lado, notando finalmente o nervosismo de Sophie. Talvez precisasse repetir o plano, concluiu. - Você só precisa manter sua posição e ficar invisível. Se seguir isso e ficar de olhos atentos, tudo vai dar certo.

 - Certo... - Respondeu a garota, soltando o ar preso. Conseguia fazer aquilo. Era pouco. Olhou para o companheiro mais uma vez e desapareceu, se tornando apenas uma camisa e um vestido no ar. Passou as mãos nos cabelos esperando achar a boina, mas ela estava perdida em algum canto da floresta. Bem, pelo menos ficava mais discreta, assumiu. Sem mais uma palavra adentrou alguns passos na floresta, olhando ao redor em busca de algo suspeito. Era esse seu trabalho. Era fácil, repetiu para si mesma.

 Na estrada o rapaz começou a andar, esperando que fosse acompanhado de longe pelo outro membro da Aurora. A dor perto do quadril estava alta, e por um instante temeu que estivesse envenenada. Respirou fundo, procurando se acalmar mas dúvidas de seu plano começaram a surgir. Era um alvo, um treino de tiro ao alvo andando lentamente numa zona de terror. Engoliu em seco, tentando se acalmar. Tudo dependia de Sophie. Ela estava cobrindo sua retaguarda. Se perguntou, por algum momento, se a garota entendeu a responsabilidade que ele depositou nela. Era uma troca, pensou. Confiança por confiança. Se tudo desse certo, ela ainda iria agradecê-lo pela fé de ter colocado sua vida nas mãos dela.

 Oh céus, oh céus, oh céus, repetia Sophie internamente. Mas que droga, Dalan. Isso era muita responsabilidade para ela. Tinha que ficar de vigia enquanto andava, rezando que suas roupas se camuflassem na floresta escura, e sabendo que qualquer deslize provocaria a morte do companheiro. Por quê? Quem faria uma coisa dessas? Não haveria plano melhor? Ela olhou para cima, como se esperasse uma resposta dos deuses, e seu coração parou. Ela havia vindo.

 Havia um elfo apoiado em um galho grosso um pouco acima de sua cabeça, puxando uma flecha da aljava em suas costas. Ele tinha o rosto fino e membros longos, contribuindo para sua alta estatura. Seus olhos eram ligeiramente puxados, ainda que bem grandes, e o nariz era fino e longo. Sua orelhas eram pontudas, e se curvavam de forma caracteristicamente élfica para cima, apontando para o céu. Tinha cabelos longos e negros, que se encontravam emaranhados e sujos, tais como as roupas verdes que usava. Era a primeira vez que Sophie via um elfo de tão perto, e se surpreendeu com a leveza e suavidade que aquela raça naturalmente passava. A admiração passou, no entanto, no instante em que o suposto fugitivo Nero retesava o arco. Agora tinha que fazer o que fora instruída. Hesitou, com medo, por ligeiros décimos de segundo até que notou que o elfo havia acabado de mirar. A voz saiu de sua boca antes que ela percebesse. - NÃO! - Gritou, pulando para o galho. Nero se assustou com aquilo, e o momentâneo desconcertamento foi o suficiente para que Sophie conseguisse derrubá-lo de onde estava, caindo no chão.

 Na estrada, Dalan ouviu o grito. Estava longe, pensou aterrorizado, e disparou na direção do som.

 A garota por sua vez se jogou desesperadamente em cima do elfo para impedí-lo de pegar seu arco. Tentou roubar o arco, mas Nero grunhiu e desferiu uma cotovelada raivosa em seu rosto. A cabeça de Sophie foi impelida para trás, com o sangue voando do nariz em um arco, e ela caiu de costas para o chão. Tentou chutar o adversário, mas ele já havia rolado para trás para ficar de pé. A aljava, no entanto, havia caído. A jovem se atirou para se por entre o ofensor e sua munição, segurando a bolsa de flechas com um agarrão apertado. Nero chutou-a com força nas costelas, fazendo-a rolar na terra úmida. Por entre os olhos fechados de dor, notou o elfo se adiantando para pegar uma flecha. Tateou cegamente, batendo nas mãos élficas que tentavam recolher uma seta mortal. Um pé afundou em seu estômago, drenando suas forças e seu ar. Sophie arfou com os olhos bem abertos, e o elfo recolheu uma flecha, que prontamente preparou para o tiro final.

 - ARRGH! - Grunhiu Dalan saindo do meio das árvores. Ele jogou o ombro contra Nero, que foi impelido para longe. Sua flecha foi disparada sem direção, acertando um arbusto próximo. O membro da Aurora saltou por cima da companheira, procurando tirá-la do perigo imediato. O elfo por sua vez se adiantou, desferindo uma série de golpes no rapaz que tentava se defender como podia, especialmente as regiões feridas previamente. Ele é rápido, pensou assustado enquanto bloqueava os socos e chutes. Estava tão acuado que só conseguia se proteger. Infelizmente, era como lutar contra uma força da natureza. Nero atacava de forma insana, o que deixava seus golpes praticamente imprevisíveis. Dalan notou um soco vindo de sua esquerda, e levantou as duas mãos para se defender, procurando realizar o contra-ataque. O elfo por sua vez se jogou na direção de seu próprio golpe, trazendo consigo o braço esquerdo pelo outro lado. Um punho acertou o garoto no pescoço, que se desestabilizou. Foi o suficiente para que Nero socasse-o no estômago, fazendo com que ele caísse um pouco. Um pé surgiu em seu campo de visão em seguida, chutando-o na face e o jogando para o chão. Algo estalou no nariz, e Dalan caiu estatelado na terra molhada. O adversário correu para buscar suas armas, e o garoto considerou momentaneamente suas opções. Fez uma decisão de último segundo, e quando Nero já estava de pé com o arco retesado, o rapaz protegia Sophie, se pondo entre ela e as flechas.

 - Dalan... - Começou a garota, corando. Não sabia como agir naquela situação, mas instintivamente se moveu lentamente para trás do companheiro. Sua raiva havia sumido, e no lugar dela havia o medo terrível de Nero disparar qualquer flecha no garoto.

 - Não se preocupe. - Tranquilizou Dalan. Ele estava bem calmo, considerando que havia uma arma apontada para sua cabeça. - Tudo está indo de acordo com o plano.

 - O quê? - Sibilou a garota. Definitivamente, as coisas não pareciam estar de acordo com o plano. Nero permaneceu em silêncio, mas sua expressão demonstrava curiosidade. Dalan não percebeu isso, mas continuou a falar. Era tudo que lhe restava agora.

 - Bem, pra começar eu soube de onde viria o ataque de Nero. - Começou ele, falando de forma bem lenta e clara. Precisava ganhar tempo e a atenção do elfo. - Ele precisava de cobertura para soltar suas flechas, pois não queria um combate direto. Era mais fácil atirar de longe. Com isso, eu limitei a área de ataque. Se andássemos à beira do mar, só teria uma direção em que ele poderia atacar. E você estava cobrindo essa área. - Completou, virando o rosto para a companheira.

 - Ah... - Disse Sophie, olhando de relance para o elfo. Ele continuava calado, encarando-os com os olhos abertos e insanos, mas parecia interessado no que diziam. Precisavam continuar falando. - Só que isso não deu certo, né? Ele agora está no controle da situação.

 - Na verdade, não. - Disparou o rapaz, sorrindo para mascarar o temor que sentia no peito. Era agora ou nunca. - Existe uma quarta peça nessa ilha. E eu soube exatamente como atraí-la. - Nero arregalou ainda mais os olhos. Era como se perguntasse o que Dalan queria dizer. O garoto, por sua vez, apontou na direção do mar. - AMANDA, AGORA! - Gritou.

 O elfo olhou para a direção em que o membro da Aurora apontava, e as folhas se agitaram, anunciando a presença de outra pessoa. Só que do outro lado. Amanda surgiu da floresta, com gravetos no cabelo e roupas rasgadas. Ela gritou, conjurando o vento com sua mão direita. O sopro derrubou as armas das mãos assustadas de Nero, dando a oportunidade para Dalan. Ele se levantou em um salto, espalmando a mão direita. Girou o corpo e moveu o braço em um arco, segurando a face do elfo por entre os dedos e empurrando-a para baixo. No movimento de descida, concentrou seus poderes. Nero já estava com o rosto congelado na queda, e quando sua cabeça bateu na terra, desmaiou sem resistências.

 O rapaz se apoiou nos joelhos, sentindo o alívio causar uma queda vertiginosa na adrenalina. Uma mão suave tocou em seu ombro, e quando levantou a cabeça viu Amanda sorrir para ele. - Você tem uma sorte impressionante, sabia? - Disse ela.

 - Isso não é sorte. - Respondeu o garoto, também sorrindo aliviado. - Isso é meu planejamento. - Os dois soltaram o ar pelo nariz, ampliando os sorrisos. Dalan notou que Sophie ainda estava no chão, e se aproximou com a mão estendida.

 Quando a garota encontrou seu olhar, seus sentimentos entraram em pane. O mesmo rosto que a fazia sentir raiva pela falsidade e ignorância agora a tranquilizava por dentro. Corou, e ao perceber que estava vermelha, corou ainda mais. Procurou alguma palavra em seu vocabulário, consciente dos segundos silenciosos que se passavam. - É... - Depois disso, não conseguiu mais nada. Aceitou a ajuda para se levantar, mas desviou o olhar.

 - Você esperou eu terminar a frase para atacar? - Perguntou Dalan para Amanda. Não se lembrava da última vez em que esteve tão tranquilo. Seu plano havia dado certo, resolvera o dilema que havia o atormentado nos últimos dias, e tinha certeza de que havia feito uma boa impressão em Sophie. Não havia como ficar melhor.

 - Eu realmente gostaria de dizer que sim, mas o timing foi perfeito. - Respondeu a garota, cruzando os braços. Conseguiram fazer aquela missão sem que nada terrível acontecesse, e pelo visto não teria que se preocupar novamente com as idiotices de Dalan. Ele parecia ter finalmente compreendido o que ela tentara dizer.

Sophie, por sua vez, tentava entender seus sentimentos. Segurou as costelas com a mão direita, em silêncio enquanto observava os outros dois conversarem tranquilamente. Dalan e Amanda pareciam ter resolvidos os problemas que os assolaram durante o último dia, mas Sophie havia apenas aprofundado os seus.

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