terça-feira, 4 de junho de 2013

RN Nuzlocke LG - Capítulo 27: Justiça

RECINTO NERD NUZLOCKE - LEAF GREEN - 

CAPÍTULO 27: JUSTIÇA

- Koga disse que as preparações estão completas. - Disse Kari para seus Pokémon, batendo a porta atrás de si enquanto entrava no quarto. Estavam em um edifício abandonado, localizado bem perto do prédio da Companhia Silph. Koga havia passado alguns dias fazendo trabalhos de espionagem com Sabrina, e tudo indicava que os Rockets iriam tomar a sede da  empresa na fase final do suposto plano. Para contra-atacar, os líderes de ginásio iriam causar uma confusão controlada no ginásio de Saffron, e os Rockets remancescentes iriam acelerar seus objetivos. Se estivessem certos, eles iriam para a Silph, e Kari estaria à postos. - Mais vinte minutos e agiremos.

A garota sentia o coração batendo incrivelmente rápido, quase provocando enjôo em seu corpo. Começou a andar em círculos, espiando pela janela a cada quinze segundos. Eles teriam que agir sozinhos nesta parte do plano, pois Koga e Sabrina precisariam passar despercebidos. Se virou novamente para seus Pokémon, tão nervosos quanto ela, e andou até o centro do aposento.

- Gente. Prestem atenção. Se ninguém quiser fazer isso, eu não irei julgá-los. Vocês entraram na minha equipe para sermos os Campeões. O que vamos fazer agora não tem nada a ver com isso, então caso alguém queira ficar aqui e nos esperar, eu não irei falar nada.

Seus Pokémon ficaram quietos por um instante, até que Sakura saltou em um sofá puído e esticou a pata no ar. - Eu não tenho nenhum problema! Você me retirou das ruas e me fez virar uma super-heroína! Agora eu estou combatendo o crime pelo poder da justiça! Acredite, eu não irei abandonar a minha líder agora! 

Sara riu pelo nariz enquanto Kenichi revirava os olhos, e colocou a mão por cima da pata de Sakura. - Kari, fui eu quem te incentivei a ir por este caminho. E eu fiz isso por uma razão. Você é uma treinadora especial, mais do que jamais pode acreditar. Nenhum outro iria arriscar a sua vida para livrar Kanto de uma organização criminosa, principalmente se estivesse fazendo tudo sozinho. Por mais que às vezes você leve esta batalha a um nível mais pessoal do que o desejado, eu não iria abandoná-la nas horas mais difíceis. E nem irei.

Zelda aterrisou espalhafatosamente perto deles e estendeu a asa por cima de suas mãos. - Os Rockets capturaram grande parte de meus amigos e dos Zubats do Monte Lua. Se acha que eu posso esquecer disso, está completamente errada, Kari. Irei pessoalmente cobrar minhas dívidas com o líder deles.

Foi a vez de Liz estender timidamente a mão para eles. - Eu... já vi o que os Rockets podem fazer. Eles sequestraram Kari, tentaram atacar o senhor Fuji, e agora quem sabe o que eles podem fazer? Eu não posso deixar vocês irem e ficar aqui sem fazer nada. Eu vou.

O ferrão de Wanda se juntou a eles. - Querida, sem vocês, eu seria uma pobre Weedle com problemas de amor. Tive momentos maravilhosos nesta equipe e não irei abandoná-la agora, quando vocês estão se arriscando. Nem deixar meu querido Kenichizinho ficar sozinho.

Eles encararam o Charizard, que bufou, revirando os olhos para cima. - Vocês não precisam perguntar para mim. - Respondeu ele, colocando a mão por cima dos outros. Kari se sentiu revigorada, e se juntou a eles.

- Obrigada. Agora nós -- Antes que completasse a frase, ouviram uma batida na porta da frente. Quando a garota a abriu, viu uma kunai espetada na madeira, com uma pequena faixa na ponta na qual estava escrito a qualquer momento agora. Ela correu para a janela, espiando a rua vazia. Esperaram nervosamente, até que um Rocket correu solitário pela calçada até entrar no prédio da Companhia Silph. Alguns segundos depois, foi acompanhado por uma pequena multidão de quase cinquenta homens, que invadiu violentamente o lugar. A hora era agora.

Aguardaram por mais alguns segundos e correram para as portas duplas, abrindo-as com força. O átrio era um aposento bastante amplo, com ladrilhos brancos e uma bela fonte jorrando água cristalina no centro do recinto. Dois Rockets estavam perto do balcão, rendendo a recepcionista, e olharam assustados quando a garota chegou. Kari os encarou por alguns segundos, e disse em voz baixa:

- Acabem com eles.
Zelda e Sakura avançaram imediatamente contra os ladrões, que foram nocauteados antes mesmo de liberarem seus Pokémon. Kari correu até a recepcionista, que havia desmaiado. Por via das dúvidas, a garota deixou o telefone da mulher ligando para a polícia, embora Koga já tivesse descartado essa idéia, dizendo que os Rockets provavelmente haviam garantido a isenção policial. Assim, subiu correndo para o segundo andar.

O andar estava um caos. Rockets prendiam funcionários nas salas, e seus Pokémon perseguiam os que fugiam. A garota correu, deixando sua equipe cuidar dos adversários ao redor. Labaredas incandescentes iluminaram a sala enquanto a garota corria para uma das salas trancadas, arrebentando a porta com o ombro. Assim que entrou, as pessoas ali dentro gritaram e se protegeram.
- Calma! Eu vim aqui -- Antes que pudesse terminar, um soco foi desferido fora de seu campo de visão, acertando seu rosto. Tropeçou e quase caiu no chão, se recuperando para enxergar seu atacante. Um homem com jaleco branco  estava esfregando a mão, encarando-a com raiva.

- Você é aquela garota que está se intrometendo onde não é chamada, não? Pensei que estivesse morta, mas podemos mudar isso. - Ele tentou a chutar com força no estômago, mas Kari girou e se desviou do golpe. Imediatamente ela se jogou contra as pernas do adversário, fazendo-o despencar no piso. Ele tentou acertá-la com os pés novamente, contudo ela saltou para evitar o impacto, se jogando novamente para bater a cabeça do homem com força no chão.

- Você parece um Rocket, sabia? - Disse em seu ouvido. - Onde está o seu líder? - O homem não respondeu, mas a garota recebeu um chute na boca do estômago, vindo de lugar nenhum. Ela caiu rolando no chão, e enxergou dois Rockets perto da porta. Eles já estavam entrando na sala quando Sakura saltou em cima de um deles, eletrocutando-o. O segundo ficou perplexo tempo o suficiente para Kari se levantar e desferir um soco contra ele, fazendo-o desmaiar antes de cair no chão. Quando ela se virou, percebeu o homem de jaleco se arrastando para levantar. A garota se adiantou e pisou em seu peito.

- Não espere fugir. Você ainda tem uma pergunta para me responder, não? - Ela aumentou a força no pé, e o rosto do homem se contraiu em dor.

- D-décimo primeiro andar! Só não ache que vai simplesmente enfrentá-lo! Temos um excelente cão de guarda para defendê-lo!

- Boa sorte com isso. - Ela o chutou no rosto, desacordando-o. Em seguida, se virou para os funcionários, que emitiam sentimentos de assombro e admiração. - Eu quero que vocês amarrem os Rockets desacordados, entenderam? Eles não podem -- A parede atrás dela explodiu, e uma corrente d'água se seguiu pelo buraco recém-aberto. Quando ela encarou a destruição, viu o rosto de Liz na fenda.

- Oh, me desculpem. Kari, nós acabamos com os Rockets deste andar, e Zelda disse que o resto deles se refugiou lá em cima. Vamos?

- Sim. Eu acho que nós já combinamos o que fazer aqui, né? - Disse a garota, se virando para os funcionários. Eles acenaram com a cabeça, parecendo embasbacados, até mesmo quando Kari saiu do aposento em direção ao elevador.  A treinadora recuou seus Pokémon e apertou o botão do décimo primeiro andar. Seu coração batia mais forte enquanto ela esperava, até que a porta se abriu. 

O corredor à sua frente serpenteava pelo edifício até chegar a uma área na lateral do prédio. A parede à esquerda era inteiramente composta de vidro, e a cidade de Saffron era plenamente visível através do material, se estendendo até onde a vista alcançava. Kari desviou o olhar da visão hipnotizante e encarou o corredor, notando uma pequena figura na ponta. A garota apertou os olhos, sentindo em uma parte de seu coração que sabia quem era. Assim que enfocou a figura, soube que estava certa, embora ainda não conseguisse acreditar.
Gary a encarava do outro lado, de braços cruzados. Em seu peito, estava o símbolo Rocket. Seus olhos demonstravam desprezo e ódio, e seus lábios mal se mexiam. No entanto, a frase que ele soltou pôde ser ouvida até o outro lado do corredor, ecoando na galeria.

- Acabou.

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