segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Aurora: Capítulo 28 - Demoníaco


AURORA
CAPÍTULO 28: DEMONÍACO

 Amanda engoliu em seco, conseguindo quebrar um pouco do terror que sentia. À sua frente o mascarado encapuzado continuava imóvel, nas portas da sede da Aurora com os braços ao lado do corpo e a capa balançando ao vento que havia chegado na praça. A fonte quebrada ainda pingava água, fornecendo o único som ali presente. A garota olhou para os lados, percebendo que os companheiros continuavam em transe. Respirou fundo, tentando expelir os últimos resquícios do estupor que havia tomado conta deles. 

 - Sophie, vá para trás do prédio e traga o outro Recon para cá. - Pediu ela, e a outra garota saltou ao ouvir aquela voz chamando-a. Se virou para a companheira, com os olhos arregalados e o corpo ligeiramente trêmulo.

 - Como? - Perguntou nervosa, voltando a encarar o mascarado que, naquele momento, continuava sem fazer nada. Wieder pareceu acordar também e virou a cabeça minimamente na direção das duas, ainda de olho no invasor.

 - Traga Sabre para cá. - Disse Amanda com a voz ligeiramente empostada, e o vento agitou seu vestido marrom revelando o short branco que usava até os joelhos. - Acho que vamos precisar de tudo que conseguirmos juntar contra esse cara.

 - Sim, mas... - Começou Sophie, engolindo em seco. - Alguém vai precisar distrair ele. Só tenho como entrar na sede pela porta da frente.

 - Não se preocupe com isso. - Avisou a outra, dando um passo à frente. O vento voltou a soprar, dessa vez balançando seus longos cabelos castanhos. Sentia uma irritação profunda se aquecer dentro de si, escondida no fundo de seu coração por todos os problemas que haviam surgido nos dias anteriores. Não podia antes descontar nos outros a raiva que sentia daqueles ataques, já que não seria a hora certa para isso. Só que agora parecia o momento ideal para se soltar.

 Novamente respirou fundo e correu à frente, gritando a todos os pulmões enquanto que se agachava e pegava uma pedra da fonte ainda quebrada. Ao seu lado, sentiu algo grande pisotear o chão e a ultrapassar. A Recon que Sophie havia montado rosnou e atacou o mascarado, tentando engolir sua cabeça. Ele apenas deu um passo para o lado, deixando que o animal abocanhasse o ar. Em seguida soltou o braço no réptil, jogando-o para as casas à beira da praça.

 Amanda desacelerou, sentindo o coração parar em seu peito. Aquele encapuzado não parecia ser do mesmo nível de Alana, a elfa da capa roxa e prata que havia os enfrentado naquele mesmo lugar uns dias atrás. O invasor aproveitou a chance e se adiantou, parando na frente da garota. Ela arregalou os olhos, sentindo novamente o terror tomar conta de si. O adversário não se movia, apenas a parecia encarar através dos espaços negros em sua máscara. A membra da Aurora sentiu uma gota de suor descer pelo seu rosto e procurou recuar, mas acabou tropeçando em um dos destroços espalhados pela praça e caiu no chão. 

 - EI! - Gritou uma voz grave, e um golem marrom surgiu em cena, desferindo um soco no mascarado. Ele girou o corpo, segurando o braço de Wieder enquanto fazia isso. Em seguida o atirou na fonte quebrada, fazendo-o bater de costas e cair na água. O encapuzado, ainda sem esboçar nenhuma reação ou som, virou a cabeça para encarar novamente a garota no chão, que ofegou audivelmente.

 Ela olhou para os lados em busca de qualquer coisa que pudesse a ajudar, e notou o que parecia uma boina e uma camisa brancas e uma calça azul penduradas no ar adentrando as portas da sede. Amanda soltou o ar que guardava e fechou com força os dedos na pedra que ainda carregava. Precisava conseguir tempo, concluiu. Por Sophie.

 - Q-quem é você? - Perguntou ela, tentando se arrastar para trás. O encapuzado a acompanhou, sem dar espaços.

 - Meu nome é Zaulin. - Respondeu, e aquela voz gutural voltou a eriçar os pelos da garota. - É tudo que saberá antes de morrer.

 - Espere! - Pediu ela, estendendo o braço à frente. O mascarado não se moveu, parecendo indiferente à situação em que se encontrava. - Você... - Amanda fechou os dedos da mão, se lembrando dos amigos que não haviam voltado. - Esteve em Thomas Galvan? Na ilha?

 - Ah. - Soltou Zaulin. - Deve estar falando dos dois garotos cujo navio derrubei, não? - Não era possível confirmar, mas pelo tom da última palavra pareceu com que o encapuzado havia dado um sorriso. A garota ficou vermelha e mordeu a bochecha por dentro, sentindo a ira novamente sobrepujar o medo.

 Antes de se levantar, no entanto, as portas da Aurora se abriram com um estrondo. O Recon remanescente havia disparado pela entrada, correndo na direção do invasor. O encapuzado se virou para confrontá-lo, e Amanda viu a oportunidade aparecer diante dos seus olhos.

 - Não vire as costas para uma dama! - Gritou ela, se levantando com um salto e girando o braço que segurava a pedra. Usou seus poderes de vento para impulsionar o projétil com mais força, acertando em cheio o lado da máscara do adversário. O golpe não pareceu tão forte a ponto de rachar o artefato, mas foi o suficiente para desequilibrar seu usuário.

 O réptil, alheio a tudo isso, rosnou e abocanhou o braço de Zaulin. Um líquido escuro começou a jorrar através das faixas de linho negro e os dentes que as rasgavam. Amanda estancou por alguns segundos, tentando entender o que era aquilo. Nenhuma das doze raças da Aliança tinha o sangue daquela cor. No entanto não havia tempo para pensar nisso, e ela se virou para chamar o companheiro caído. Wieder por sua vez, já estava saindo da fonte, com a água pingando através das frestas do ronatto, e ele correu para atacar o mascarado.

  O golem segurou o braço livre do invasor com as duas mãos, impedindo-o de se livrar o animal. Sabre por sua vez balançava a cabeça, querendo arrancar um pedaço de carne para si. A garota sentiu o coração bater mais forte com a chance inédita que tinham, e se virou para buscar um novo projétil entre os destroços. 

 Contudo, Zaulin ainda estava longe de ser imobilizado. Ele rugiu e girou o corpo, impelindo o Recon que o atacava na direção de Wieder. Os dois se chocaram e foram arremessados para longe, caindo em uma das casas abandonadas na beira da praça. Amanda se virou instintivamente naquela direção, e de repente sentiu o adversário ao seu lado. Tentou pular para longe, mas já era tarde. Ele a atacou com suas garras, lanhando o lado esquerdo de seu abdômen. A garota gritou, caindo de costas no chão que se manchava com o sangue vermelho. Tentou contê-lo com uma das mãos, rangendo os dentes. Sentiu que não era um corte muito fundo, graças aos deuses, mas era o suficiente para desestabilizá-la com a dor. Ao seus pés, o adversário se aproximava.

 - Acho que não entenderam o que se debruça sobre vocês. - Disse ele, passando a mão pelo seu membro ferido. Faltava um belo pedaço, mas isso não pareceu incomodá-lo. - Eu sou a morte. Tenho poderes que não se assemelham ao que demonstrei aqui. - Ao dizer isso, preparou o braço atacado, se movimentando como se estivesse saudável. - E vim buscar suas cabeças. - A garota fechou os olhos, pressentindo o golpe em sua jugular.

 Um som alto cruzou os ares, mas não foi barulho molhado e mortal que a membra da Aurora esperava. Ao invés disso, era agudo e metálico. Ela abriu os olhos, bem a tempo de ver Zaulin caindo para trás. Em seu campo de visão, um familiar bastão de madeira ornamentado com runas douradas ocupava uma área à sua esquerda. A conclusão veio antes da garota olhar para cima. Koga e Dalan estavam ao seu lado, imponentes e milagrosamente de voltas do reino dos mortos.

 - A cavalaria chegou! - Disse o garoto de tranças com um sorriso. O companheiro não compartilhava do mesmo humor, preferindo manter o rosto sério e focado. À frente deles, o encapuzado se levantava com algum esforço. - Foi você que nos atacou no Sete Chaves, não foi? - Perguntou o primeiro, apontando o bastão em sua direção. - Acho que a gente precisa retribuir essa gentileza com mais gentileza.

 Ao dizer isso, o golem de ronatto se colocou ao lado deles. Ela parecia aliviado pela presença dos dois, mas preferiu continuar encarando o adversário. O invasor se levantava, com dois dedos na máscara para conferir se havia algum dano no material. Um rosnado alto surgiu de uma das casas perto da sede da guilda, e Dalila voltou a disparar de encontro ao mascarado. Wieder e Koga imediatamente correram para auxiliá-la, enquanto que Dalan se reunia com Amanda.

 - Você está bem? - Perguntou ele, se ajoelhando ao lado da companheira. Ela fez uma careta de dor ao se mexer, mas rapidamente balançou a cabeça.

 - Se já estive melhor, não me lembro. - Riu ela, mantendo o sorriso para o garoto. - Estou feliz que estejam vivos.

 - É preciso só um pouco mais do que um navio sendo engolido no meio do oceano para acabar com a gente. - Disse ele, observando a luta à frente, que mais parecia uma dança. A Recon fêmea liderava os ataques e tomava toda a atenção do encapuzado, enquanto que os membros da Aurora tentavam impedir que ele a atacasse. - Escute, como foram as missões do pessoal? Verificaram todos os lugares? - Perguntou o rapaz.

 - A Torre de Marfim e a Garganta Cortada foram revistadas, e tudo que havia nos dois lugares era um membro do tal Culto Púrpura que conseguimos derrotar. - Respondeu ela. - Uma deles fez a questão de nos visitar novamente, me impedindo de ir para Wildest. Quanto à Thomas Galvan...

 - Nós chegamos a verificar. Não havia nada. - Se adiantou Dalan, ficando um pouco pensativo após aquelas declarações. - Bem, acho que vamos ter que tirar essa erva-daninha do nosso jardim antes de seguirmos adiante, não é? - Perguntou o garoto, sorridente. Amanda por sua vez apenas inclinou a cabeça para o lado, estreitando os olhos.

 - Me faz um favor? Não tente usar outra metáfora, tipo, nunca. - Pediu ela, se apoiando no ombro do rapaz para se levantar. O garoto, por sua vez, ficou com o rosto vermelho.

 - Desculpa. - Disse ele baixinho. Naquele momento Dalila foi arremessada de encontro à sede da Aurora, deixando Zaulin livre para enfrentar os outros. Ele segurou Koga pela trança e o arremessou de encontro à fonte em ruínas. Em seguida se virou para Wieder, mirando um soco em sua cabeça. O golem rapidamente voltou à forma de anão, conseguindo assim desviar do golpe. - Wieder! - Gritou Dalan, correndo em sua direção. O companheiro pareceu entender o que o outro queria, pois se transformou novamente e estendeu o braço, dando o apoio para que o garoto saltasse para atacar o mascarado.

 Zaulin viu seu adversário no ar, vindo em sua direção. Dobrou os joelhos para que elaborasse um contra-ataque, mas não percebeu a pedra que Amanda havia jogado em sua direção. O projétil acertou seu pescoço, o desestabilizando. O membro da Aurora aproveitou a chance e caiu de joelhos em cima do encapuzado, levando-o ao chão. Imediatamente pôs as mãos em seu peito, procurando usando seus poderes de gelo.

 O mascarado no entanto desferiu uma cotovelada nas costelas do rapaz, o arremessando para longe. As tiras de suas roupa estavam congeladas e quebradiças, dificultando sua respiração. Enquanto tentava se levantar Koga surgiu novamente na batalha, pulando com o bastão estendido atrás do corpo. O garoto acertou o tórax do adversário, quebrando o que encontrava pelo caminho. Um filete de sangue negro se derramou por trás da máscara enquanto que Zaulin jogava a cabeça para frente.

 - NÃO DEIXEM ELE LEVANTAR! - Gritou Amanda, sentindo um quê de empolgação crescer em seu peito. Tinham uma chance agora. O rapaz de tranças se preparava para atacar novamente o encapuzado caído, enquanto que Dalan e Wieder se aproximavam. A garota correu na direção da peleja com os punhos fechados, mirando um chute na cabeça do invasor. Só precisavam mantê-lo caído e tudo daria certo.

 - Chega. - Disse Zaulin no chão. Naquele momento o ar ao redor dele pareceu se dobrar, como se a própria realidade fosse uma folha de papel. Em seguida ela estourou, explodindo com um estouro monstruoso e deslocando tudo que estivesse ao redor com uma força terrível. Dalan e Wieder foram arremessados de encontro às casas vazias ao redor da praça, varando as paredes. Koga foi jogado ao ar, subindo vários metros antes de cair terrivelmente com o lado direito do corpo. Amanda por sua vez rolou diversos metros, parando do outro lado da praça. Sentiu uma dor aguda no cotovelo esquerdo, quase fazendo-a desmaiar. Rangeu os dentes e se apoiou com a mão direita, olhando para frente através do sangue que se derramava sobre seus olhos. As próprias paredes da sede da Aurora estavam em pedaços, e as portas duplas haviam se partido. No entanto, havia uma pessoa de pé. O mascarado parecia incólume à toda aquela destruição, parado no centro de um círculo de pedras rachadas.

 - Eu disse. - Começou ele com sua voz gutural, andando na direção da garota. Chutou um caído Koga em seu caminho, jogando-o para longe. - Eu sou uma força da natureza. Se por em meu caminho é o mesmo que desafiar a própria morte. E agora... - Disse ele, flexionando os dedos da mão. - Recolherei quatro cabeças ao invés de três.

 - Objeção. - Disse uma voz cortando a praça. Zaulin parou ao lado dos resquícios da fonte, se virando para encarar quem vinha em seu encontro. Para a surpresa de Amanda, era Dalan quem havia falado, saindo aparentemente incólume da casa abandonada. De fato, ele estava coberto de reboco e um filete de sangue descia pela sua testa, mas comparado a todo o resto, aquilo não era nada. - Ainda falta me derrubar. - Disse ele, apontando com o dedão para o próprio peito.

 - Sua sorte já foi gasta, garoto. - Disse o encapuzado, dando um passo à frente. - Não ache que os deuses irão te favorecer uma segunda vez. - O rapaz engoliu em seco, com sua bravata rapidamente escoando através dos poros. Realmente, foi uma chance em um milhão. Não conseguiria algo assim de novo. Manteve a expressão focada, mesmo com uma gota de suor descendo pela testa, e olhou para os lados em busca de qualquer coisa que pudesse o ajudar.

 Para a sua surpresa, encontrou. Uma boina e uma camisa brancas e uma calça azul, aparentemente penduradas no ar, se moviam por trás do mascarado. Perto delas, havia o bastão decorado de Koga. Dalan arregalou minimamente os olhos e continuou esquadrinhando a praça, com medo de que o adversário descobrisse a única chance que tinham naquele momento.

 - Não sei, acho que os deuses não acabaram comigo. - Disse ele com a voz esganiçada. Impressionante como sempre se metia em situações que precisava usar uma lábia que não tinha. Fez uma nota mental para evitar esse tipo de coisa no futuro, caso sobrevivesse àquele dia. O invasor continuava em sua direção, com o bastão flutuante se aproximando lentamente.

 - Sempre tive um apreço especial em matar tipos como você. - Alertou ele, com sua voz gutural chegando ao âmago de Dalan. O garoto se viu paralisado, com os pés afundados no chão. Sophie, seja o que for que você faça, seja rápida, implorou ele internamente. - Pessoas que se julgam especiais demais para morrer em batalha. Gosto de ver o brilho em seus olhos desaparecer com o desespero gravado que os acompanhará no além-vida.

 O rapaz não conseguiu responder, sentindo o coração parecer sair de seu peito. O encapuzado agitou o braço, afastando a mão do corpo. Enquanto isso, as roupas no ar se aproximavam cada vez mais. Era agora uma corrida lenta para ver quem chegaria primeiro. Dalan já não conseguia mais fazer nada, estático e prostrado. O bastão levantou um pouco mais, como se alguém o estivesse preparando. Zaulin ficou frente a frente com o membro da Aurora, flexionando os dedos. De repente ele avançou, e o bastão girou.

 O golpe que chegou primeiro foi o que acertou a máscara de Zaulin, tão forte que arrebentou o material e fez com que ele tropeçasse para o lado, segurando o rosto. Naquele momento Sophie se materializou, largando o bastão com nervosismo. Ela estava suada e trêmula, observando o adversário rugir enquanto que os pedaços do artefato caíam por entre seus dedos.

 - Não... não... - Começou ele, um pouco agachado. Parecia que metade de sua máscara havia se esfarelado, revelando seu rosto em um ângulo que apenas Dalan conseguia enxergar. Se a voz do invasor já tinha um efeito sobrenatural, não era nada comparada ao que o garoto enxergava. Havia uma pele vermelha e ressecada, sem nenhum pelo à vista, mas o que chamava a atenção era o olho. Uma órbita amarela e arregalada, com uma pupila negra e vertical, tal qual um felino. O rapaz não conseguiu nem mesmo engolir em seco, paralisado de uma maneira que se assemelhava à morte. Zaulin olhou para os céus, como se esperasse que as nuvens caíssem em cima dele. - Preciso... sair daqui...

 Do outro lado da praça, Amanda conseguiu ver o que estava a caminho, graças ao seu embate com Alana alguns dias atrás. - ALGUÉM O IMPEÇA! AGORA! - Gritou ela desesperada.

 - Aoena Ortaris. - Com essa frase, a capa que cobria o mascarado começou a se agitar e expandir, formando um redemoinho roxo e prata.

  - SOPHIE! DALAN! ELE VAI FUGIR! - Gritou Amanda para os companheiros. Sophie por sua vez ficou alguns milésimos de segundos parada, com o medo tomando conta de suas ações. No entanto, seus companheiros contavam com ela para não deixá-lo escapar. A garota se viu impelida por uma desconhecida força interior a segurar a capa esvoaçante, tentando puxá-la para trás.

 A visão daquilo fez com que Dalan saísse de seu estupor. Sophie estava sendo arrastada para a tempestade de linho que cobria o corpo de Zaulin, incapaz de se segurar. O rapaz também agiu sem pensar, pulando na direção da outra para a afastar do caos iminente.

 No mesmo instante em que os dois se tocaram, contudo, o tecido foi engolido por si mesmo, sendo sugado em um buraco no ar, no mesmo lugar em que o mascarado havia estado antes. Ele se sacudiu com força, mas a membra da Aurora não soltou. Apertava com tanta força que acabou sendo puxada pelo linho, junto com o companheiro que a agarrava pela cintura. Os dois foram aspirados pelo vazio, desaparecendo na frente dos membros remanescentes da guilda.

 Para onde foram, nenhum deles sabia.

Nenhum comentário:

Postar um comentário