sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

RN Nuzlocke LG: 3 - A primeira rota.

Yada, yada, yada, vamos que tem mais.

RECINTO NERD NUZLOCKE - LEAF GREEN -

CAPÍTULO 3: A PRIMEIRA ROTA


 - Certo. Precisamos definir certas regras.

Algumas horas se passaram desde que haviam saído de Pallet, e a noite havia chegado. A rota 1, como chamavam, era uma grande estrada de terra cheia de desvios e curvas que contornava pequenos conjuntos de árvore e grama alta, mas no geral seguia uma reta. Seus caminhos alternativos levavam ao breu das florestas inexploradas de Kanto, onde nenhum treinador em sã consciência ia. Havia um certo movimento na estrada, com mercadores e treinadores indo de Pallet a Viridian e vice-versa. Inclusive, um homem bondoso de Pallet, que trabalhava na cidade vizinha, havia reconhecido Kari e lhe dado uma Poção, um restaurador físico em spray para Pokémon. Ela havia andado um pouco desde então, mas sentou com as costas viradas para uma das pequenas ravinas que contrastavam o cenário da rota, soltando Kenichi de sua Pokébola.

 - Que regras? - disse Kenichi, enquanto se espreguiçava.

 - Você deve saber dos perigos que uma batalha Pokémon pode causar. - disse Kari, parecendo desconfortável.

Kenichi adotou uma expressão sombria. - Sim, claro. Todos sabem. Batalhas de verdade vão até a morte. 

 - Sim. E é por isso que não iremos fazer isso.

Kenichi olhou para Kari com confusão e raiva. - O que você está dizendo? Vamos deixá-los nos matar, mas nós iremos apenas lutar para desmaiá-los?

 - Não. Nós iremos lutar para ganhar.

 - Como iremos ganhar se lutarmos que nem mariquinhas? Você acha que isso é um jogo? Precisamos dar o nosso máximo!

 - E você acha que só conseguiremos fazer isso tentando matar? - Kari se levantou, e sentiu que estava se estressando novamente.  Se sentou, jogou a cabeça para trás e contou até dez. Quando voltou, estava mais calma. - Escute, minha mãe era uma treinadora. Perdeu quase todos os seus Pokémon em uma batalha. Por favor, vamos fazer desse jeito.

Kenichi ficou calado por alguns instantes, olhando para Kari. Finalmente, ele olhou para baixo e resmungou: - Certo. Podemos fazer isso.

Kari sorriu, e se levantou novamente. - Certo. A outra regra é fácil. Vamos tentar nos controlar nas discussões, pelo menos na frente de outras pessoas.

 - Ei, foi você que começou! Quem mandou me colocar na Pokébola de forma tão mal-educada, sua bruxa?

- Do que você me chamou?

E é claro que esse foi o estopim de mais uma briga. Ela teria durado mais tempo, mas o barulho que causavam acabou atraindo outros Pokémon. Uma Rattata, criatura semelhante a um rato, com apenas trinta centímetros, corpo roxo, barriga bege e olhos vermelhos, passava perto, viu essa cena pitoresca e logo pulou em cima deles, atacando-os.

Para Kari e Kenichi, parecia que essa Rattata tinha sido invocada do mais puro ar, pois não haviam percebido sua aproximação. Eles se afastaram instintivamente, e o atacante se postou entre eles.

 - O que diabos é isso? - gritou Kari, segurando o pulso para comandar Kenichi.

 - Você! Treinadora! - falou a Rattata. Tinha um voz aguda e estridente, e estava bem agitada. - Preciso de treinadores fortes para ser a Campeã! E você tem a sorte de ser a escolhida!

Bem, temos alguém bem disposta aqui, pensou Kari. - Kenichi, ataq-- Antes que ela pudesse dar o comando, percebeu que Kenichi estava bem longe. - O que houve?

 - E-e-e-e-u não luto com garotas. - disse o Charmander, se postando atrás de uma árvore.

 - Como?

 Kenichi engoliu em seco. - Não vejo motivos para lutar com mulheres. Você pode tomar conta disto, Kari?

 - Por acaso você tem medo de garotas. - disse a Rattata, se virando para ele.

Kenichi não respondeu. 

 - Sério? Seu bichinha! Como é que você tem medo de garotas quando andou comigo sem falar nada todo esse tempo? - gritou Kari.

 - Cale a boca! Além do mais, você não é um Pokémon! - gritou Kenichi de volta.

 - Isso não faz o menor sentido! - Antes que Kari pudesse dizer mais coisas, a Rattata pulou em cima dela, derrubando-a no chão.

 - O.K. Está óbvio que vocês realmente precisam de ajuda. Meu nome é Nala, e vou fazer de vocês Campeões.

Ah, que ótimo, pensou Kari. Outra maluca.  - Antes, preciso combinar umas coisas com você. - Depois de algum tempo conversando, capturou-a.  Que jeito de capturar meu primeiro Pokémon, falou Kari consigo mesma. Levantou a cabeça, e viu Kenichi se aproximando.

 - Kenichi, precisamos resolver esse problema. - Disse Kari, com a voz mais tenra que tinha.

 - Sim, eu sei. - Kenichi parecia envergonhado.

 - Felizmente, eu sei como te ajudar. - Kari se agachou e colocou a mão na cabeça dele.

 - Como?

Kari então pegou a Pokébola de Nala e jogou. Ela se materializou, pulando em cima de Kenichi. - Psicologia extrema! - gritou Kari.

Kenichi começou a correr e a gritar, mas Nala continuava pendurada nele, gritando também: Fresco! Fresco! 

Esse processo de pseudopsicologia durou alguns minutos, até que Kenichi e Nala caíram de uma ravina, se voltando contra Kari depois. Novamente começaram a discutir, dessa vez com um membro a mais, até que o sol voltou a surgir.

Dias se passaram na estrada, com o grupo derrotando e se defendendo de animais selvagens que os atacavam fora do caminho de terra. Até que, na manhã do quinto dia, uma cidade foi iluminada no horizonte.  Kari estava no alto de uma pequena colina com seus Pokémon, observando o conjunto de casas ao norte e a estrada reta que levava até elas. Olhou pra baixo, e viu seus Pokémon também olhando à frente. Sorriu, e começou a descer a elevação. 

Viridian estava à espera.

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