RECINTO NERD NUZLOCKE - Y -
CAPÍTULO 3: CABEÇAS-DURAS
- Qual é a sua? - Perguntou Frog subitamente, lançando um olhar mal-encarado a Kari. Os dois estavam andando pelo Caminho de Vaniville, cercados pela grama, pelas flores e pelas grandes árvores que tapavam o caminho do sol. A treinadora desviou os olhos e fez um muxoxo, começando a perder a paciência.
- O que foi? - Perguntou a garota, devolvendo o olhar irritado com o canto do olho. Todo o estresse da perda de memória estava finalmente chegando ao auge, muito pelo fato da situação ter sido razoavelmente resolvida. Agora que ela tinha um objetivo a cumprir, as outras emoções além do medo conseguiram seu espaço.
- Você não me parece confiável. E eu tenho olfato para esse tipo de coisa. - Respondeu o Froakie, estreitando as pálpebras.
- Ah, sério? Seu olfato disse que eu não sou confiável? - Perguntou Kari, ajeitando a bolsa no ombro com a voz pingando ironia. - Era mais fácil dizer que era um sexto sentido, sabia? Não ia parecer tão imbecil.
- Ei, qual é o seu problema? - O Froakie avançou e parou, ficando na frente de Kari. - Treinadores Pokémon não deveriam agir assim com sua equipe! - A garota apenas o encarou como se não acreditasse na situação.
- E os próprios Pokémon deveriam ter alguma pingo de respeito pela droga dos treinadores. - Disse finalmente. Ela deu um passo à frente. - E, que eu saiba, você ainda é um mordedor de tornozelos azul com problemas de língua solta. Eu ainda posso te colocar em formas infinitas de castigo, tantas que você teria que passar dias contando.
- Quero ver você tentar. - Começou Frog, se colocando em uma postura de luta. - Eu sou o futuro Campeão de Kalos, e você nem -- O que ele iria falar nunca ouvido, pois Kari se adiantou e afundou seu rosto na grama, prendendo-o com a mão direita.
- Oh, desculpe. - Disse ela calmamente enquanto o Froakie se debatia. - Você tem que ter uma altura mínima para -- Mais uma frase incompleta, pois Frog conseguiu soltar um jato d'água nos pés de Kari, que se desequilibrou e caiu. O Pokémon aproveitou o momento e pulou em cima dela, e ambos ficaram se degladiando no chão.
- Porteiro de maquete! Carcereiro de gaiola! Alpinista de calçada! - Grunhiu a treinadora no meio da luta, girando o corpo para tentar prendê-lo.
- Tábua! - Conseguiu dizer Frog, e algo estalou na mente de Kari, produzindo ainda mais raiva. Os dois ficaram rolando e lutando, até que uma voz rompeu o ar.
- Ora, ora, o que temos aqui? - Os dois pararam e se levantaram a cabeça, bem a tempo de ver um enorme Rhyhorn quase em cima deles. No lombo do Pokémon havia uma mulher alta e magra, com cabelos castanhos curtos e um prendedor amarelo para decorá-los. Ela os encarava com uma expressão totalmente séria. - Acho que você tem uma carta para mim, garota. - Disse a mulher. Kari se levantou, ainda tentando compreender o que estava acontecendo.
- V-você é a senhora Luco? - Perguntou a treinadora, limpando discretamente a terra que impregnava suas roupas. A mulher disse que sim com a cabeça, e Kari pegou atrapalhada a carta do bolso. - Isto é para você.
Luco ficou a encarando, analisando-a de cima a baixo do alto do Rhyhorn. Ela se esticou para pegar a carta e guardou-a no bolso. - Escutem, vocês dois. - Começou ela, olhando para Kari e Frog com severidade. - O caminho de um Treinador Pokémon não é fácil. Para ninguém. Então, ou vocês aprendem a se respeitar, ou acabarão morrendo. Entendidos? - O Rhyhorn soltou um rugido, e os dois imediatamente acenaram positivamente com a cabeça. - Ótimo. - Respondeu Luco. - Avisem a Sycamore que eu mandei um oi. - E com isso ela deu meia-volta no Rhyhorn e começou seu caminho a Vaniville. Kari e o Froakie ficaram quietos, e se viraram para voltar a Aquacorde. Nenhum dos dois sequer olhou para o outro, muito menos falou.
Estavam terminando de atravessar Aquacorde quando o silêncio foi interrompido. Frog parou perto da ponte que ligava a cidade à rota seguinte, que se embrenhava no meio da floresta. Havia um pequeno abismo à sua frente, e um rio que corria mais abaixo.
- O que você quer fazer? - Perguntou ele. Kari suspirou, se abaixando para se sentar na beira do caminho.
- Eu não sei. - Disse ela, cansada. - Só sei que a idéia de ser uma treinadora Pokémon me parece um caminho bastante familiar. E é tudo que eu tenho agora. - Ela acabou por recolher as pernas e segurar os joelhos, contemplando a floresta. Novamente o silêncio veio, e Frog o interrompeu pela segunda vez.
- Imagino que você vá seguir em frente, então? Talvez... até a Liga? - Kari refletiu sobre isso. Não tinha a menor idéia se iria recuperar sua memória daquele jeito, muito menos quando isso aconteceria. No entanto, o caminho que iria seguir era bastante claro. E tinha um fim bem definido.
- Talvez. - Se limitou a dizer a garota. - Não sei o que vai acontecer comigo quando eu recuperar a memória. Posso ter outros objetivos, mas... vou considerar isso. Tudo bem? - Ela se virou para seu Pokémon, que voltou a encarar a floresta.
- Acho que é o melhor que posso esperar. - Respondeu Frog.
- Ei, pelo menos você tem um objetivo na sua vida. - Acrescentou a treinadora. - É muito mais do que eu posso dizer.
- Realmente, estou muito melhor do que você. - Disse o Froakie, e no segundo seguinte Kari o empurrou contra o rio, fazendo-o cair quase cinco metros. Ele submergiu com ódio profundo, e começou a xingar a garota em voz alta. Kari, por sua vez, retribuiu no mesmo tom.
E assim o céu ia se pondo no céu, e o primeiro dia de Kari em Kalos estava no fim. Para muitos pedestres que passavam perto da ponte de Aquacorde, a garota e seu Pokémon eram objetos mesclados ao ambiente. Muitos franziam a testa para o barulho dos dois, mas a maioria simplesmente os ignorava.
Exceto uma pequena figura, que os encarava com interesse. Ela se mantinha nas sombras, e continuou onde estava mesmo quando Kari e Frog levaram sua briga até a ponte, indo em direção à Rota 2.
- Você não me parece confiável. E eu tenho olfato para esse tipo de coisa. - Respondeu o Froakie, estreitando as pálpebras.
- Ah, sério? Seu olfato disse que eu não sou confiável? - Perguntou Kari, ajeitando a bolsa no ombro com a voz pingando ironia. - Era mais fácil dizer que era um sexto sentido, sabia? Não ia parecer tão imbecil.
- Ei, qual é o seu problema? - O Froakie avançou e parou, ficando na frente de Kari. - Treinadores Pokémon não deveriam agir assim com sua equipe! - A garota apenas o encarou como se não acreditasse na situação.
- E os próprios Pokémon deveriam ter alguma pingo de respeito pela droga dos treinadores. - Disse finalmente. Ela deu um passo à frente. - E, que eu saiba, você ainda é um mordedor de tornozelos azul com problemas de língua solta. Eu ainda posso te colocar em formas infinitas de castigo, tantas que você teria que passar dias contando.
- Quero ver você tentar. - Começou Frog, se colocando em uma postura de luta. - Eu sou o futuro Campeão de Kalos, e você nem -- O que ele iria falar nunca ouvido, pois Kari se adiantou e afundou seu rosto na grama, prendendo-o com a mão direita.
- Oh, desculpe. - Disse ela calmamente enquanto o Froakie se debatia. - Você tem que ter uma altura mínima para -- Mais uma frase incompleta, pois Frog conseguiu soltar um jato d'água nos pés de Kari, que se desequilibrou e caiu. O Pokémon aproveitou o momento e pulou em cima dela, e ambos ficaram se degladiando no chão.
- Porteiro de maquete! Carcereiro de gaiola! Alpinista de calçada! - Grunhiu a treinadora no meio da luta, girando o corpo para tentar prendê-lo.
- Tábua! - Conseguiu dizer Frog, e algo estalou na mente de Kari, produzindo ainda mais raiva. Os dois ficaram rolando e lutando, até que uma voz rompeu o ar.
- Ora, ora, o que temos aqui? - Os dois pararam e se levantaram a cabeça, bem a tempo de ver um enorme Rhyhorn quase em cima deles. No lombo do Pokémon havia uma mulher alta e magra, com cabelos castanhos curtos e um prendedor amarelo para decorá-los. Ela os encarava com uma expressão totalmente séria. - Acho que você tem uma carta para mim, garota. - Disse a mulher. Kari se levantou, ainda tentando compreender o que estava acontecendo.
- V-você é a senhora Luco? - Perguntou a treinadora, limpando discretamente a terra que impregnava suas roupas. A mulher disse que sim com a cabeça, e Kari pegou atrapalhada a carta do bolso. - Isto é para você.
Luco ficou a encarando, analisando-a de cima a baixo do alto do Rhyhorn. Ela se esticou para pegar a carta e guardou-a no bolso. - Escutem, vocês dois. - Começou ela, olhando para Kari e Frog com severidade. - O caminho de um Treinador Pokémon não é fácil. Para ninguém. Então, ou vocês aprendem a se respeitar, ou acabarão morrendo. Entendidos? - O Rhyhorn soltou um rugido, e os dois imediatamente acenaram positivamente com a cabeça. - Ótimo. - Respondeu Luco. - Avisem a Sycamore que eu mandei um oi. - E com isso ela deu meia-volta no Rhyhorn e começou seu caminho a Vaniville. Kari e o Froakie ficaram quietos, e se viraram para voltar a Aquacorde. Nenhum dos dois sequer olhou para o outro, muito menos falou.
Estavam terminando de atravessar Aquacorde quando o silêncio foi interrompido. Frog parou perto da ponte que ligava a cidade à rota seguinte, que se embrenhava no meio da floresta. Havia um pequeno abismo à sua frente, e um rio que corria mais abaixo.
- O que você quer fazer? - Perguntou ele. Kari suspirou, se abaixando para se sentar na beira do caminho.
- Eu não sei. - Disse ela, cansada. - Só sei que a idéia de ser uma treinadora Pokémon me parece um caminho bastante familiar. E é tudo que eu tenho agora. - Ela acabou por recolher as pernas e segurar os joelhos, contemplando a floresta. Novamente o silêncio veio, e Frog o interrompeu pela segunda vez.
- Imagino que você vá seguir em frente, então? Talvez... até a Liga? - Kari refletiu sobre isso. Não tinha a menor idéia se iria recuperar sua memória daquele jeito, muito menos quando isso aconteceria. No entanto, o caminho que iria seguir era bastante claro. E tinha um fim bem definido.
- Talvez. - Se limitou a dizer a garota. - Não sei o que vai acontecer comigo quando eu recuperar a memória. Posso ter outros objetivos, mas... vou considerar isso. Tudo bem? - Ela se virou para seu Pokémon, que voltou a encarar a floresta.
- Acho que é o melhor que posso esperar. - Respondeu Frog.
- Ei, pelo menos você tem um objetivo na sua vida. - Acrescentou a treinadora. - É muito mais do que eu posso dizer.
- Realmente, estou muito melhor do que você. - Disse o Froakie, e no segundo seguinte Kari o empurrou contra o rio, fazendo-o cair quase cinco metros. Ele submergiu com ódio profundo, e começou a xingar a garota em voz alta. Kari, por sua vez, retribuiu no mesmo tom.
E assim o céu ia se pondo no céu, e o primeiro dia de Kari em Kalos estava no fim. Para muitos pedestres que passavam perto da ponte de Aquacorde, a garota e seu Pokémon eram objetos mesclados ao ambiente. Muitos franziam a testa para o barulho dos dois, mas a maioria simplesmente os ignorava.
Exceto uma pequena figura, que os encarava com interesse. Ela se mantinha nas sombras, e continuou onde estava mesmo quando Kari e Frog levaram sua briga até a ponte, indo em direção à Rota 2.
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