AURORA
CAPÍTULO 2 - O DESAFIO DE SASHA
Dalan acompanhou Stella até os fundos do prédio, encontrando uma grande área externa coberta por grama. Logo atrás do edifício havia uma piscina modelada com rochas à direita da porta que haviam saído, e uma pequena oficina ao ar livre à esquerda. Mais à frente, um enorme campo os aguardava, com quase setenta metros de comprimento e quarenta de largura. Uma pequena elevação natural, de quase dois metros, marcava o lado esquerdo do campo, e lá o restante da guilda estava sentado na relva. Dalan contou seis pessoas, doze olhos que agora o encaravam enquanto ele atravessava a distância curta até o campo. E Sasha aguardava no centro da arena.
- Não se preocupe. - Disse Stella, sentindo o nervosismo do garoto. - Sasha tenta se fazer mais forte do que é, mas há uma grande diferença entre o que ela acha de si mesma e a realidade.
- E o que é a realidade? - Perguntou Dalan, engolindo em seco. Stella ficou em silêncio, refletindo consigo mesma, até soltar um sorriso amarelo.
- Ei, se as coisas saírem do controle, nós iremos intervir, tudo bem? - O garoto definitivamente não gostou daquela frase, mas não disse nada. Quando chegaram no campo, Stella se encaminhou até os companheiros na elevação, deixando Dalan com Sasha.
De perto, a garota parecia bem mais baixa, com no máximo um metro e sessenta e cinco de altura. Ela estava de braços cruzados com o corpo um pouco inclinado para o lado enquanto o vento agitava suas maria-chiquinhas, mas o rosto continuava impassível ao encarar Dalan. O garoto parou cinco metros afastado dela e tentou soltar um sorriso nervoso, mas ele sumiu ao enfrentar o olhar gélido de Sasha.
- Vamos tornar isso bem simples. - Disse ela com sua voz aguda, soltando os braços. - Aquele que desmaiar primeiro será o perdedor. Entendido? - Dalan concordou com a cabeça, ajeitando os dois pés na grama para apoiar melhor o corpo. Estendeu também os braços um pouco para frente, protegendo o tronco e o pescoço. Não fazia ideia do que Sasha poderia fazer, mas de qualquer jeito era melhor se preparar para um ataque físico. A garota não se moveu, e Dalan sentiu um nervosismo na garganta.
- Você já pode -- Começou ele, mas não chegou a terminar a frase. No meio das palavras Sasha avançou, se aproximando como um raio até atingi-lo com um soco na boca, impelindo sua cabeça para o lado com violência até desequilibrá-lo. Dalan sentiu o sangue vazar da língua mordida, e antes que ele caísse a garota desferiu outro soco, desta vez acertando-o nas costelas, na direção oposta do último golpe. O garoto caiu, desajeitado, segurando o tronco.
- O que é isso? - Perguntou ele com os dentes trincados, mas sua mente já trabalhava em achar uma resposta. Se lembrou da cena anterior, onde Sasha percorreu a distância entre eles em um meros décimos de segundo até desferir o soco. Ele entendeu o que estava acontecendo um pouco antes de Sasha falar.
- Supervelocidade. Você nem mesmo vai me ver chegando. - Respondeu ela com a voz arrogante. Isso não é exatamente verdade, pensou Dalan enquanto cuspia o sangue em excesso da boca. Embora Sasha fosse muito mais rápida do que um ser humano normal, ele conseguiu enxergá-la se aproximando, embora a surpresa tivesse retardado sua reação. O garoto segurou a grama abaixo de si com força, pensando em usar seu poder para contra-atacar. No entanto, antes que ele conseguisse se concentrar sofreu um chute na boca, fazendo-o rolar para o lado.
- Raios. - Praguejou baixinho, e rapidamente se pôs de pé. Conseguiu adotar uma posição de defesa razoável antes de Sasha começar uma série de socos e chutes, procurando minar suas defesas. Mesmo na confusão, a mente de Dalan se pôs a calcular. A adversária realmente não era tão rápida quanto dizia, mas naquele cenário isso não importava muito. Ela tinha velocidade o suficiente para acertá-lo com força e impedindo um contra-ataque adequado, forçando o jovem a ficar na defensiva. Além disso, Sasha tinha habilidade o suficiente para acertar seus pontos desprotegidos, mas não o bastante para desferir uma série de golpes no local antes do garoto rearmar a defesa.
Um golpe no rosto fez com que Dalan perdesse momentaneamente os sentidos, recobrando-os um pouco antes de acertar a cara na grama. Rolou para o lado instintivamente, desviando de um pisão de Sasha. Ouviu o som do golpe martelar a relva e chutou o ar com violência, sorrindo satisfeito ao senti-lo acertar uma magra canela. Se levantou com rapidez enquanto a garota caía no chão e saltou para imobilizá-la, mas ela já estava de joelhos. Sasha acabou por acertar um forte soco no queixo do garoto, que mais uma vez mordeu a língua. Enquanto Dalan tentava se recuperar, a adversária colocou as mãos na grama e virou o corpo para chutar seu estômago, expulsando todo o ar e fazendo o sangue espirrar da boca. Dalan acabou por cair no chão.
- Desista, você não vai conseguir me vencer. - Disse ela, ficando de pé. O garoto respirou fundo, considerando suas opções. Dificilmente venceria no mano a mano, e a única esperança era seu poder. No entanto, ele precisaria do elemento-surpresa se quisesse derrotar Sasha. Dalan se levantou, limpando uma mancha de terra da testa. Considere o ambiente, pensou para si mesmo. Precisaria usar tudo que tivesse acesso ao seu favor. No entanto, não tinha nada ali. Apenas ele, a grame e Sasha. A arrogante Sasha...
Eis que um plano surgiu em sua mente. Era quase desesperado, mas era sua única chance de vencer. Precisava fazer aquilo dar certo. Sua casa estava perdida, e o único que poderia encontrá-la era ele. Necessitava mudar as regras do jogo. E pra isso precisava de sua lábia, o que definitivamente não era seu ponto forte.
- É só isso? - Perguntou ele, soltando um sorriso nervoso na esperança de ser zombeteiro. Por um instante esperou ver Sasha avançando contra ele, mas ela apenas inclinou a cabeça e estreitou as pálpebras.
- O que você disse? - Perguntou a garota com a voz lenta e pontuada.
- Estou dizendo que você é realmente muito menos do que acha. - Sua voz estava um pouco mais aguda e alta do que o normal, reparou. Por favor, que isso dê certo, rezou Dalan aos deuses. - Eu conseguiria agarrar você a qualquer momento naquela cena que tivemos. Para uma velocista, você abre completamente a guarda.
- Acha mesmo que vou cair nessa? - Perguntou Sasha, e Dalan sentiu um peso gelado descer pelo esôfago. - Eu te coloquei completamente na defensiva. Não havia jeito de escapar dos meus ataques.
- I-isso é o que você acha. - Droga! Não era o momento de gaguejar. O garoto voltou a limpar a sujeira da testa, tentando recompor seu teatro. - Eu conseguiria segurá-la quando quisesse.
- Então que tal tentar, garotão? - Disparou Sasha, com seu rosto começando a se tingir de vermelho. - Vamos fazer o seguinte. Se você conseguir me imobilizar no chão, te deixarei vencer. Só que, se for derrotado, eu não vou querer ver nem um fio de seu cabelo por todo o Mar de Cellintrum! - Ela apontou para ele, encarando-o com raiva. - Entendeu?
- Tudo bem. - Dalan estava tão aliviado que seu plano havia funcionado que quase abaixou a guarda. Controle-se, ordenou a si mesmo. O momento da decisão seria a qualquer instante.
Assim que o garoto terminou sua frase mental, Sasha disparou contra ele com o punho em riste, mirando seu rosto. No entanto, daquela vez, Dalan estava a postos. Ele estendeu as duas mãos com as palmas viradas para o chão, concentrando cada pingo de seu ser em seu ataque. Imediatamente uma aura gélida saiu de suas palmas, disparando até a grama. O contato congelou a relva, e a área glacial se expandiu até formar uma faixa de quase três metros. Bem no caminho de Sasha.
A garota escorregou com o gelo, e sua velocidade a impediu de recuperar o equilíbrio. Ela voou, acertando no caminho Dalan, que havia aberto os braços de modo a se preparar para o impacto. Sasha acertou a cabeça no peito do adversário, e os dois rolaram juntos na grama em velocidade, levantando punhados de terra no trajeto. Dalan se segurou com força na garota, sem sequer saber onde colocava as mãos, se concentrando apenas em mantê-la por perto.
Finalmente os dois pararam de rolar, e o rapaz, atento, rapidamente se colocou em cima de Sasha, pondo os joelhos ao lado do quadril da garota e segurando suas mãos com força. Ela demorou um pouco mais para recuperar os sentidos, mas quando entendeu o que estava acontecendo, se viu imobilizada por Dalan.
- Eu disse, não disse? - Soltou o garoto, sem conseguir evitar o sorriso. O rosto de Sasha se tornou imediatamente púrpura, e ela se libertou com violência. Dalan caiu para trás, e ela ficou em pé, revoltada.
- O que... o que você acha que está fazendo? - Gritou ela, espanando a terra das roupas.
- Vencendo. - Respondeu Dalan, se levantando enquanto apoiava o joelha na grama. - Você disse isso, não é? Se eu conseguisse imobilizá-la, estaria na guilda?
- E-e-e-eu... - O rosto de Sasha, se era possível, ficou ainda mais corado, e ela se agitou novamente enquanto pensava em uma resposta. No entanto, ela não veio. - Ah, saco! - Gritou finalmente, se virando de costas para caminhar com passos fortes até a guilda. Houve um pequeno agito ao longe, e Dalan se virou para ver o resto da guilda assobiar e gritar, e Stella se aproximar com um sorriso no rosto.
- Meus parabéns. - Disse ela, parando de frente ao garoto. As outras pessoas passaram pelos dois, conversando animadamente entre si. Alguns faziam menção de ir falar com Dalan, mas um olhar calmo de Stella os fez continuar o caminho até o prédio da Aurora. - Me diga, onde aprendeu a lutar daquele jeito? - Perguntou a mulher, se virando para o rapaz. - Não me parece um trabalho de principiante.
- Meu pai me ensinou um pouco. O suficiente para me defender de piratas ou assaltantes. - Respondeu Dalan, sem jeito. Ele estava imensamente aliviado, mas tentou manter uma postura respeitosa com a Mestra. - Não sei se é uma arte marcial de verdade, apenas... apenas é eficaz. - Completou enquanto esfregava a nuca com a mão direita.
- Bem, é uma forma de classificá-la. - Pelos seus olhos ela não considerava exatamente os movimentos do garoto um trabalho de mestre, mas foi educada o suficiente para manter isso para si mesma. - De qualquer jeito, sinta-se satisfeito. Passou no teste de Sasha.
- Isso... isso significa que entrei na guilda? - Perguntou ele ansioso. Stella sorriu, mostrando de novo um olhar calmo e materno.
- Mas é claro. Bem-vindo à Aurora.
De perto, a garota parecia bem mais baixa, com no máximo um metro e sessenta e cinco de altura. Ela estava de braços cruzados com o corpo um pouco inclinado para o lado enquanto o vento agitava suas maria-chiquinhas, mas o rosto continuava impassível ao encarar Dalan. O garoto parou cinco metros afastado dela e tentou soltar um sorriso nervoso, mas ele sumiu ao enfrentar o olhar gélido de Sasha.
- Vamos tornar isso bem simples. - Disse ela com sua voz aguda, soltando os braços. - Aquele que desmaiar primeiro será o perdedor. Entendido? - Dalan concordou com a cabeça, ajeitando os dois pés na grama para apoiar melhor o corpo. Estendeu também os braços um pouco para frente, protegendo o tronco e o pescoço. Não fazia ideia do que Sasha poderia fazer, mas de qualquer jeito era melhor se preparar para um ataque físico. A garota não se moveu, e Dalan sentiu um nervosismo na garganta.
- Você já pode -- Começou ele, mas não chegou a terminar a frase. No meio das palavras Sasha avançou, se aproximando como um raio até atingi-lo com um soco na boca, impelindo sua cabeça para o lado com violência até desequilibrá-lo. Dalan sentiu o sangue vazar da língua mordida, e antes que ele caísse a garota desferiu outro soco, desta vez acertando-o nas costelas, na direção oposta do último golpe. O garoto caiu, desajeitado, segurando o tronco.
- O que é isso? - Perguntou ele com os dentes trincados, mas sua mente já trabalhava em achar uma resposta. Se lembrou da cena anterior, onde Sasha percorreu a distância entre eles em um meros décimos de segundo até desferir o soco. Ele entendeu o que estava acontecendo um pouco antes de Sasha falar.
- Supervelocidade. Você nem mesmo vai me ver chegando. - Respondeu ela com a voz arrogante. Isso não é exatamente verdade, pensou Dalan enquanto cuspia o sangue em excesso da boca. Embora Sasha fosse muito mais rápida do que um ser humano normal, ele conseguiu enxergá-la se aproximando, embora a surpresa tivesse retardado sua reação. O garoto segurou a grama abaixo de si com força, pensando em usar seu poder para contra-atacar. No entanto, antes que ele conseguisse se concentrar sofreu um chute na boca, fazendo-o rolar para o lado.
- Raios. - Praguejou baixinho, e rapidamente se pôs de pé. Conseguiu adotar uma posição de defesa razoável antes de Sasha começar uma série de socos e chutes, procurando minar suas defesas. Mesmo na confusão, a mente de Dalan se pôs a calcular. A adversária realmente não era tão rápida quanto dizia, mas naquele cenário isso não importava muito. Ela tinha velocidade o suficiente para acertá-lo com força e impedindo um contra-ataque adequado, forçando o jovem a ficar na defensiva. Além disso, Sasha tinha habilidade o suficiente para acertar seus pontos desprotegidos, mas não o bastante para desferir uma série de golpes no local antes do garoto rearmar a defesa.
Um golpe no rosto fez com que Dalan perdesse momentaneamente os sentidos, recobrando-os um pouco antes de acertar a cara na grama. Rolou para o lado instintivamente, desviando de um pisão de Sasha. Ouviu o som do golpe martelar a relva e chutou o ar com violência, sorrindo satisfeito ao senti-lo acertar uma magra canela. Se levantou com rapidez enquanto a garota caía no chão e saltou para imobilizá-la, mas ela já estava de joelhos. Sasha acabou por acertar um forte soco no queixo do garoto, que mais uma vez mordeu a língua. Enquanto Dalan tentava se recuperar, a adversária colocou as mãos na grama e virou o corpo para chutar seu estômago, expulsando todo o ar e fazendo o sangue espirrar da boca. Dalan acabou por cair no chão.
- Desista, você não vai conseguir me vencer. - Disse ela, ficando de pé. O garoto respirou fundo, considerando suas opções. Dificilmente venceria no mano a mano, e a única esperança era seu poder. No entanto, ele precisaria do elemento-surpresa se quisesse derrotar Sasha. Dalan se levantou, limpando uma mancha de terra da testa. Considere o ambiente, pensou para si mesmo. Precisaria usar tudo que tivesse acesso ao seu favor. No entanto, não tinha nada ali. Apenas ele, a grame e Sasha. A arrogante Sasha...
Eis que um plano surgiu em sua mente. Era quase desesperado, mas era sua única chance de vencer. Precisava fazer aquilo dar certo. Sua casa estava perdida, e o único que poderia encontrá-la era ele. Necessitava mudar as regras do jogo. E pra isso precisava de sua lábia, o que definitivamente não era seu ponto forte.
- É só isso? - Perguntou ele, soltando um sorriso nervoso na esperança de ser zombeteiro. Por um instante esperou ver Sasha avançando contra ele, mas ela apenas inclinou a cabeça e estreitou as pálpebras.
- O que você disse? - Perguntou a garota com a voz lenta e pontuada.
- Estou dizendo que você é realmente muito menos do que acha. - Sua voz estava um pouco mais aguda e alta do que o normal, reparou. Por favor, que isso dê certo, rezou Dalan aos deuses. - Eu conseguiria agarrar você a qualquer momento naquela cena que tivemos. Para uma velocista, você abre completamente a guarda.
- Acha mesmo que vou cair nessa? - Perguntou Sasha, e Dalan sentiu um peso gelado descer pelo esôfago. - Eu te coloquei completamente na defensiva. Não havia jeito de escapar dos meus ataques.
- I-isso é o que você acha. - Droga! Não era o momento de gaguejar. O garoto voltou a limpar a sujeira da testa, tentando recompor seu teatro. - Eu conseguiria segurá-la quando quisesse.
- Então que tal tentar, garotão? - Disparou Sasha, com seu rosto começando a se tingir de vermelho. - Vamos fazer o seguinte. Se você conseguir me imobilizar no chão, te deixarei vencer. Só que, se for derrotado, eu não vou querer ver nem um fio de seu cabelo por todo o Mar de Cellintrum! - Ela apontou para ele, encarando-o com raiva. - Entendeu?
- Tudo bem. - Dalan estava tão aliviado que seu plano havia funcionado que quase abaixou a guarda. Controle-se, ordenou a si mesmo. O momento da decisão seria a qualquer instante.
Assim que o garoto terminou sua frase mental, Sasha disparou contra ele com o punho em riste, mirando seu rosto. No entanto, daquela vez, Dalan estava a postos. Ele estendeu as duas mãos com as palmas viradas para o chão, concentrando cada pingo de seu ser em seu ataque. Imediatamente uma aura gélida saiu de suas palmas, disparando até a grama. O contato congelou a relva, e a área glacial se expandiu até formar uma faixa de quase três metros. Bem no caminho de Sasha.
A garota escorregou com o gelo, e sua velocidade a impediu de recuperar o equilíbrio. Ela voou, acertando no caminho Dalan, que havia aberto os braços de modo a se preparar para o impacto. Sasha acertou a cabeça no peito do adversário, e os dois rolaram juntos na grama em velocidade, levantando punhados de terra no trajeto. Dalan se segurou com força na garota, sem sequer saber onde colocava as mãos, se concentrando apenas em mantê-la por perto.
Finalmente os dois pararam de rolar, e o rapaz, atento, rapidamente se colocou em cima de Sasha, pondo os joelhos ao lado do quadril da garota e segurando suas mãos com força. Ela demorou um pouco mais para recuperar os sentidos, mas quando entendeu o que estava acontecendo, se viu imobilizada por Dalan.
- Eu disse, não disse? - Soltou o garoto, sem conseguir evitar o sorriso. O rosto de Sasha se tornou imediatamente púrpura, e ela se libertou com violência. Dalan caiu para trás, e ela ficou em pé, revoltada.
- O que... o que você acha que está fazendo? - Gritou ela, espanando a terra das roupas.
- Vencendo. - Respondeu Dalan, se levantando enquanto apoiava o joelha na grama. - Você disse isso, não é? Se eu conseguisse imobilizá-la, estaria na guilda?
- E-e-e-eu... - O rosto de Sasha, se era possível, ficou ainda mais corado, e ela se agitou novamente enquanto pensava em uma resposta. No entanto, ela não veio. - Ah, saco! - Gritou finalmente, se virando de costas para caminhar com passos fortes até a guilda. Houve um pequeno agito ao longe, e Dalan se virou para ver o resto da guilda assobiar e gritar, e Stella se aproximar com um sorriso no rosto.
- Meus parabéns. - Disse ela, parando de frente ao garoto. As outras pessoas passaram pelos dois, conversando animadamente entre si. Alguns faziam menção de ir falar com Dalan, mas um olhar calmo de Stella os fez continuar o caminho até o prédio da Aurora. - Me diga, onde aprendeu a lutar daquele jeito? - Perguntou a mulher, se virando para o rapaz. - Não me parece um trabalho de principiante.
- Meu pai me ensinou um pouco. O suficiente para me defender de piratas ou assaltantes. - Respondeu Dalan, sem jeito. Ele estava imensamente aliviado, mas tentou manter uma postura respeitosa com a Mestra. - Não sei se é uma arte marcial de verdade, apenas... apenas é eficaz. - Completou enquanto esfregava a nuca com a mão direita.
- Bem, é uma forma de classificá-la. - Pelos seus olhos ela não considerava exatamente os movimentos do garoto um trabalho de mestre, mas foi educada o suficiente para manter isso para si mesma. - De qualquer jeito, sinta-se satisfeito. Passou no teste de Sasha.
- Isso... isso significa que entrei na guilda? - Perguntou ele ansioso. Stella sorriu, mostrando de novo um olhar calmo e materno.
- Mas é claro. Bem-vindo à Aurora.
Nenhum comentário:
Postar um comentário