sexta-feira, 26 de outubro de 2012

As crônicas de Ona: parte 3

BEM-VINDOS DE VOLTA A MAIS UMA CRÔNICA DO RECINTO NERD.


SEI O QUE VÃO DIZER. "Ai, você disse que teria um post por semana. Já fazem duas semanas que você não volta aqui. Seu imbecil."

SIM.

É A VIDA.

Agora voltemos à nossa programação normal.



AS CRÔNICAS DE ONA

Parte 3: Libertação



-T-Tenho mesmo que fazer isso? - Perguntou Ona, enquanto descia da carruagem, tremendo tanto que quase caiu no chão.

Estavam no alto de uma elevação no meio de Gohr, onde o alaranjado do cenário dava lugar a um vermelho mais forte. O pôr do sol no horizonte ajudava a pintar ainda mais o cenário, enquanto as sombras negras se esticavam.

Abaixo deles, havia um acampamento orc. Só que esse não era como o que haviam encontrado Ankho. Haviam paliçadas de madeira demarcando o território, e guardas patrulhando por dentro. Construções negras, como as que haviam servido de prisão para o bárbaro, se espalhavam pelo terreno, acompanhadas de habitações orcs, poços de água, sítios de trabalho forçado e celeiros. 

Estavam olhando para um centro de prisioneiros. Por todo o local, a noite se acomodava, e os humanos eram levados até as construções negras, que agora Ona sabia que se chamavam Tyah, que no idioma orc significava "casa humana". Desnecessário dizer que o humor orc não era o mais sofisticado.

 - Acho que é bem claro que só sobrou apenas uma função para você, garoto - Disse Loretta, enquanto separava aljavas e facas de dentro do veículo.

Por incrível que pareça, a idéia era de Ona. Segundo ele, o único modo de poderem atacar os orcs seria com um exército. E já que os mercenários eram obviamente uma carta fora do baralho, e ninguém fora do deserto iria ajudá-los. Só sobravam os prisioneiros que os orcs mantinham. Era uma jogada arriscada, pois não sabiam em que estado iriam encontrá-los, mas era a única chance que restavam.

O que Ona não esperava era que Loretta e Ankho fariam modificações em seu plano. Eles iriam atrair a atenção dos guardas, enquanto Ona se infiltrava na prisão e soltava os prisioneiros. Novamente, estavam apostando na surpresa dos orcs em serem atacados, o que até agora tinha sido uma excelente tática.

Loretta deu a Ona um embrulho em couro pardo. - Esse é um explosivo simples. É só acender o pavio que ele irá trabalhar. - O garoto iria explodir uma das prisões, e depois era apenas ficar de lado para a manada de prisioneiros passar. Ele precisaria ser rápido, pois Ankho disse que não aguentariam todos os guardas em cima deles por muito tempo. Haviam escolhido a noite, pois os prisioneiros iriam estar nos Tyah, e os guardas não se preocupariam muito com eles depois disso.

 - Vamos indo. Seja rápido, garoto. - disse Ankho. Sem mais uma palavra, ele e Loretta começaram a descer a elevação. Ona ficou parado, enquanto eles se encaminhavam para o outro canto do campo de prisioneiros. Depois de um tempo, começou a descer, se segurando nas rochas para não cair e estragar tudo. Essa era a hora de começar a fazer alguma coisa, pensou.

Quando chegou na base da elevação, ficou atrás de uma formação rochosa e esperou. Pensou em sua cidade, em sua família, em seus amigos, mortos sem chance de defesa. Pensou em Ankho e Loretta, que se encaminhavam para fazer mais um feito impossível. Pensou nos prisioneiros, em sua chance de salvação. E pensou nos mercenários, malditos sejam.

Subitamente, barulhos de batalha se propagaram do outro canto do cenário. Os orcs mais próximos levantaram a cabeça e fitaram a fonte do som, quando explosões começaram a pipocar. Os monstros desataram a correr para a origem da confusão. Bem, pensou Ona, era agora ou nunca. 

Ele saiu de onde estava escondido e começou a andar, com bastante cuidado para não atrair nenhum som. Depois de alguns minutos de pura tensão, avistou uma Tyah, negra como a noite que se aproximava. Ona olhou para os lados, mas as duas únicas coisas que se moviam fora da construção eram a palha das construções e as montariam mais adiante. 

Já dentro da construção, duas dúzias de humanos se acotovelavam para tentar ver o que estava acontecendo. Um garoto de cabelo verde, alto e magro, com um rosto fino e alongado, o viu.

 - Ei, você! Aqui! Aqui! - falou, acenando para Ona. Os outros prisioneiros o notaram também, e começaram a se agitar.

Ona correu os metros que faltavam, e tirou o embrulho do couro. Ele era rústico e feio, mais parecendo uma massa de argila negra do que um explosivo, com um longo pavio se estendendo de seu centro. Ona colocou-o na grade da porta por dentro, e se virou para os prisioneiros. Um garoto igual ao que o havia chamado, com cabelo roxo, estava com o rosto fora das grades, olhando-o com agitação.

 - Vá para trás! Isso vai explodir! - Disse Ona, alarmado. Os prisioneiros sem pestanejar correram para o fundo, enquanto Ona tirava um fósforo de suas mãos trêmulas. - Vamos, vamos, vamos - repetiu, enquanto forçava o fósforo contra a argila negra. Ele acendeu, quase caindo das mãos de Ona, que o jogou no pavio. O fogo o alcançou, e começou a subir correndo a corda.

Ona saiu correndo, enquanto a explosão arrebentava a grade do portão, jogando-o para onde ele estava há minutos atrás. Os prisioneiros desataram a correr, alguns indo para as outras prisões, e outros se encaminhando para a batalha. Os gêmeos foram até Ona, e o levantaram.

 - Parabéns, rapaz. Devemos a você nossas vidas. - disse o de cabelo verde.

 - N-n-não foi nada. - gaguejou Ona.

 - Claro que foi. Deixe de ser imbecil. - disse o de cabelo roxo.

 - Marcus, pare de ser um canalha. Ele acabou de nos salvar.

 - Eu não estou fazendo nada, Tony! Só estou comentando.

 - E-escutem. - disse Ona. - Uns amigos meus estão lutando contra todos os guardas agora. Vocês precisam ajudar. Temos que libertar todos os prisioneiros.

 - Por quê não disse isso antes? - disse Tony. - Para a glória, irmão?

 - Para a glória. - respondeu Marcus. Os dois se viraram e começaram a correr para a escuridão.

Ona foi deixado, sozinho. Os prisioneiros haviam sumido. Ele se encaminhou até o edifício negro, se sentindo cansado como nunca. Nenhum orc iria nessa hora para Tyah.

Ele entrou na construção, cujo interior estava tão escuro quanto a cor dela. Ona sentou em uma cama, cansado demais para pensar, sentindo a adrenalina abandonar seu corpo. 

Demorou um pouco para perceber os grandes olhos verdes que olhavam em sua direção. 

Ele caiu da cama, se arrastando para longe dos olhos. Seus próprios globos oculares demoraram um pouco mais para se acostumar ao cenário, percebendo que havia uma garota olhando-o com atenção.

Ela tinha longos cabelos vermelhos, que desciam até seus quadris. Seu rosto era pequeno e com traços finos, com sardas se amontoando nas maçãs. Seus olhos, como já foi dito, eram grandes e quase não piscavam. Ela era bastante pequena, embora aparentasse ter uns quinze anos. 

- O-oi. - disse Ona. É necessário um adendo nessa crônica, embora alguns já tenham percebido. Ona tinha uma habilidade mínima na arte de interação com mulheres. - M-meu nome é Ona, e o seu?

A garota não respondeu, apenas apontou para sua boca, e fez um gesto negativo com a mão. Ele percebeu o que havia acontecido. Histórias de orcs que cortavam a língua de pessoas com belas vozes assombravam o deserto.

Enquanto Ona se sensibilizava, a garota pegou um pedaço de pedra do chão e começou a escrever na parede. Seu nome era Lisa. Mal havia acabado de escrever, uma sombra se estendeu no chão, e ela olhou apavorada para a porta. Ona se virou, e seu coração pareceu parar.

Um orc se agigantava onde a grade do portão estava há alguns minutos. Ele estava coberto de ferimentos, mas ainda era um monstro. E era necessário olhar para a situação. Era um ser verde gigante contra uma garota e um garoto, que não tinham nenhuma arma. Já o orc parecia não acreditar em batalhas niveladas, e tirou lentamente seu machado das costas. 

Ona ficou no chão onde estava, tremendo descontroladamente. Lisa olhou-o, e pegou a pedra com que havia escrito seu nome no que parecia agora ser outra vida, e jogou contra o monstro. O projétil o acertou em um dos olhos, e ele segurou o rosto, ajoelhando e agonizando. A garota então correu contra ele, e tentou puxar a faca que estava no tornozelo verde da besta. 

Só que ela não era Ankho, Loretta, nem mesmo uma guerreira treinada. O orc percebeu suas tentativas desajeitadas de desarmá-lo e, com um movimento do braço, a jogou contra a parede mais próxima. Um som surdo ecoou pela construção quando a cabeça de Lisa se chocou contra a rocha bruta. No entanto, alguma coisa selvagem parecia ter nascido nela, que se levantou rapidamente, com o crânio encharcado de sangue. Ela correu novamente contra o orc, mas esse já havia levantado. Ele a acertou com o cabo do machado, e quando ela caiu, pisou em seu corpo. Ona ouviu costelas se partindo, enquanto Lisa deixava escapar sangue pela boca. O monstro levantou sua arma, se preparando para o golpe final. 

De repente Ona estava pulando em cima do orc. Se isso pareceu ter vindo do nada, Ona também achava. Ele não sabia o que havia passado em sua cabeça exatamente, mas se lembrava de pensamentos que passavam como raios em sua mente. O fato de que ele era um covarde, e até agora não havia lutado contra os monstros que haviam chacinado sua cidade. Sua vontade de fazer algo que contasse na luta que havia decidido lutar. A determinação de não ver mais ninguém morrer, depois de tudo que havia visto. Ele querer ser mais parecido com Ankho, seu herói. O fato de que, bem, Lisa era uma garota. E ela o havia protegido, enquanto ele jazia colado ao chão.

De qualquer forma, agora Ona estava em cima do orc. Agarrado ao seu ombro, ele olhou para o rosto do monstro. Uma perplexidade misturada com loucura violenta passava pelas feições da criatura. Só que suas feições mostravam um olho ferido. Ona, sem pensar, enfiou o punho naquele lugar. 

Se era nojento para Ona, era doloroso para o orc. Ele se agitou descontroladamente, jogando Ona para o chão. Era bem mais doloroso do que parecia, mas a adrenalina já estava a mil. Ele se levantou, e tentou pegar a faca da criatura. O orc, furioso, chutou-o no rosto, fazendo o garoto desmaiar por alguns centésimos de segundo. Quando acordou, sentia o sangue quente por todo o rosto e por dentro da boca, e seu nariz definitivamente estava quebrado, assim como um dente. Ona cuspiu vermelho, segurando a cartilagem com força, enquanto forçava os olhos a se abrirem para ver seu atacante. Só que seu campo de visão foi tapado por Lisa, que segurava sua mão e o levava até o fundo do Tyah. 

O monstro ficou louco, e se levantou para procurar os dois malditos humanos que em breve sofreriam uma morte violenta. A falta do olho o prejudicava seriamente naquele ambiente negro, mas havia seu faro. Ele cheirou o ar, sentiu o sangue humano e se movimentou lentamente para onde os dois estavam. 

Ona não tinha mais nada. Não adiantava se aproximar dele agora, seria suicídio. Ele olhou para Lisa, que parecia concordar com ele, e ambos ficaram esperando a morte. 

A sombra do orc os alcançou, e logo atrás dela havia o monstro, que olhou para baixo, sorrindo loucamente. Ele levantou o machado, e Ona abraçou Lisa. Desculpa, pai, mãe, Aikon, pensou. Não consegui vingá-los.

Ele fechou os olhos, e um jato de sangue quente alcançou seu rosto. Estranho, pensou. Esse sangue não tinha vindo dele nem de Lisa. Abriu os olhos, olhando para cima. O orc estava trespassado por duas  espadas, portada por Tony e Marcus.

 - Bem. - disse o gêmeo de cabelo roxo, puxando a espada do corpo do orc. - Estamos quites.

Ona desmaiou sorrindo.

Algumas horas depois, Ona havia sido acordado e levado para um bar. A maioria das pessoas precisava de atendimento médico urgente, mas não havia muito o que fazer para curá-los sem os medicamentos necessários. Então os que portavam ferimentos mais urgentes eram tratados com o pouco que tinham, enquanto os outros comemoravam a liberdade, bebendo como se tivessem recebido uma nova vida.

Ankho e Loretta eram tratados como heróis. O bárbaro bebia baldes de cerveja atrás de baldes de cerveja, enquanto a ex-mercenária conversava com alguns líderes dos prisioneiros. Em outro lado do bar, Ona conversava com Tony, Marcus e Lisa. Tony era ranzinza, e costumava se gabar um bocado, mas era sincero. Marcus era mais animado, e considerava Ona uma espécie de herói. Já Lisa ficava fitando-o, bebendo cada palavra que ele dizia, enquanto contava sobre tudo que aconteceu até aquele momento.

Ona não estava acostumado com toda essa atenção. Tudo bem que apenas os prisioneiros do Tyah que ele explodiu o reconheciam, mas ainda sim era mais do que tinha tido na vida inteira. E ele estava gostando. Pela primeira vez desde que Aikon caiu, ele pode relaxar e aproveitar o momento.

Estava conversando com Marcus quando Ankho o chamou.

Eles foram até fora do bar, que tremia com o barulho que vinha de dentro. Ankho definitivamente estava bêbado, e parecia ter algo a falar com Ona. Lisa ficou observando-os de fora da janela.

 - Garoto. - começou Ankho, com a voz embolada. - Você até que fez um bom trabalho hoje.

 - O-obrigado. - respondeu Ona, sem jeito, mas ainda assim animado. Seu herói estava o parabenizando por um bom serviço heróico. Aquela noite não podia ficar melhor.

 - Aikon era uma cidade bastante bonita, não? 

Ona ficou quieto por algum tempo. - Era, era mesmo.

 - Sim. Era uma cidade bastante acolhedora. O povo me tratava com bastante carinho. 

A meia-noite chegava, e com ela vinha o frio e a escuridão. Ona não entendia aonde Ankho queria chegar, mas concordou com a cabeça.

 - Eu não sei se você sabe. Existem três culpados pela destruição de Aikon.

 - Três? Quem? Tem os mercenários, os orcs, mas quem mais seria o culpado? - Ele olhou confuso para Ankho, cujo rosto estava marcado pelo sofrimento.

O mundo parecia parar, e o tempo congelava. Ona lutava para entender, e ao mesmo tempo, para não entender. 

 - Você... o quê? - disse lentamente Ona. 

Ankho abaixou a cabeça. - Eu estava cansado. Da perseguição dos mercenários. De tudo. Então decidi me render aos orcs. Um grupo de arruaceiros como aquele não iria me vender para qualquer um, eles me tratariam como prêmio, e me manteriam vivo. Estaria livre de meus problemas. Foi um momento de fraqueza. Não imaginava que Aikon seria atacada tão rápido. 

 - Não.. isso não faz sentido. - A voz de Ona não tremia mais, mas ficava mais alta conforme as sílabas iam saindo.

 - Eu não pensei. Admito. Só que eu havia vivido a minha vida inteira lutando contra eles, sem sucesso. Não queria ficar em Aikon, com medo da cidade ser atacada por eles.

 - AH, PORQUE ISSO DEU MUITO CERTO NO FINAL, NÃO DEU? - Ona não percebeu que estava gritando. E isso pouco importava. Ankho deveria proteger Aikon. Deveria ser o herói supremo. Não era aquele que desistiria quando tudo estava ficando difícil. Ele deveria lutar, sempre.

 - Não vou pedir para você me perdoar. Apenas senti que...

 - POUCO ME IMPORTA. VOCÊ NÃO ENTENDE. A CARNIFICINA. MINHA FAMÍLIA.  MEUS AMIGOS. TODOS ESTÃO MORTOS, E O ÚNICO QUE NOS PROTEGIA DECIDIU DESISTIR, QUAL TAL UM COVARDE. VOCÊ DEVERIA SER DIFERENTE DE NÓS!

Ankho abaixou novamente a cabeça, e voltou ao bar. Ona ficou ali, espumando por alguns minutos. Depois disso, deu meia-volta e foi rumo à escuridão.

Na manhã seguinte, não havia sinal dele.

sábado, 13 de outubro de 2012

As Crônicas de Ona: parte 2

BEM-VINDOS DE VOLTA, SEUS VAGABUNDOS, A MAIS UMA CRÔNICA DO RECINTO NERD!


Sim, depois de meses na geladeira, voltei a escrever essa crônica. Algumas coisas mudaram na minha concepção original (especialmente a mudança no título), e eu poderia falar mais sobre isso, mas não aguento mais escrever e reescrever, então que se dane. Vão ler essa coisa logo!

Ah, e vocês podem ler a primeira parte aqui.


AS CRÔNICAS DE ONA

Parte 2: Plano.


O sol aquecia o deserto de forma implacável, e o cheiro dos orcs em decomposição envenenava o ambiente  rapidamente, mas Ona não percebia. Desde que sua cidade fora devastada, ele tinha apenas dois objetivos: resgatar Ankho e obter vingança. O primeiro objetivo estava completo, e ele se estendia diante dele.

Ankho era de fato uma figura imponente. Era gigante, de certa forma tinha uma fisionomia parecida com os orcs, visto que não era a definição dos músculos que importava, mas sim o tamanho deles. Uma barba longa e branca crescia, contrastando com seu cabelo raso. Usava uma calça e sapatos de couro, e duas fitas desse material faziam um xis em torno de seu peito. Seu corpo era marcado por cicatrizes e tatuagens de cores diversas, todas em forma de espiral, cujo significado Ona desconhecia.

Ona estava ajoelhado, enquanto Ankho se apoiava em um joelho apenas, com uma fisionomia cansada. De fato, parecia que o herói havia visto dias melhores. Sua barba estava revolta, seus lábios estavam secos e quebradiços, e uma série de novas feridas se espalhavam pela extensão de seu corpo. Enquanto observava, o garoto mal ouviu o que Loretta estava falando.

 - Vejo então que meu trabalho está feito. Posso confirmar que meu pagamento será contabilizado? - disse ela.

 - Ahn? Ah, sim, claro... - Afinal, ele tinha que agradecer à mercenária. Se não fosse por ela, nunca teria conseguido. De fato, o pagamento havia consumido quase a totalidade da riqueza do garoto, visto que ninguém mais aceitaria o trabalho, mas agora Ankho estava de volta...

 - Certo. - Loretta retirou uma flecha e a posicionou em seu arco. - Ankho, você está preso pelo Alto Conselho dos Mercenários.

 - O quê? - disse Ona, se levantando. Loretta rapidamente apontou a flecha para ele.

 - Não brinque, garoto. Considere-se feliz porque vou lhe dar uma carona para a Guilda. 

 - M-m-mas... - Ele estava em choque. Isso não fazia sentido, não devia estar acontencendo. Ele estava tão perto. Finalmente conseguiu encontrar Ankho, e agora isso? - Você não pode fazer isso!

 - Claro que posso. - Disse Loretta calmamente. - Meu trabalho com você está feito. Estou livre. E Ankho é um fugitivo. O Alto Conselho recomendou a cada mercenário da Guilda que, ao encontrá-lo, deveriam levá-lo à sede. - Ela olhou de relance para o guerreiro, que continuava no chão, respirando lentamente. - Faz anos que estamos o procurando.

 - Anos? Mas... isso não fazia sentido...

 - Heh.

Os dois mudaram sua atenção para Ankho, que havia resmungado. Ele se levantou lentamente, até se colocar na frente de Loretta. A mercenária deu um passo para atrás, tomando distância para o arco. Ankho era definitivamente gigantesco. Deveria bater a casa de dois metros com facilidade.

 - Diga-me. Você já questionou a força dos mercenários? - perguntou ele com uma voz grossa e lenta.

 - Bobagem. - respondeu Loretta. - Não há o que questionar. Os mercenários são o maior conjunto não-militar de Gohr. Nossa fortaleza nunca foi ameaçada por nada.

 - E você nunca perguntou o porque ainda termos orcs atacando cidades? Quer dizer, como você disse, temos força o suficiente. Por quê nunca fomos à base deles e expulsamos os desgraçados? Como eles ainda estão vivos se existe uma força tão gigantesca bem na borda do deserto?

De fato, essa era uma questão que nunca tinha passado pela cabeça de Ona. Realmente, isso não batia. Os mercenários eram uma força quase incomparável, com vários membros experientes capazes de limpar acampamentos orcs sozinhos. Loretta era um exemplo claro. Se eles quisessem que os orcs fossem exterminados do mapa, isso já teria acontecido.

A mercenária também parecia nunca ter pensado nisso. Seu rosto demonstrou uma sensação de desconcertamento, e ela afrouxou milimetricamente a flecha no arco. Loretta ficou em silêncio.

 - Nunca pensou nisso, não é mesmo? Sim, eu sei como é, o Alto Conselho faz das tripas coração para que nenhum membro tente considerar essa questão. Isso vem desde meu tempo como mercenário.

 - Você já foi um mercenário? - perguntou Ona, incrédulo. Ele pensava que conhecia toda a história de Ankho, amplamente difundida em sua cidade natal. Pelo que ele conhecia, Ankho tinha nascido em Gohr e aprendeu a lutar sozinho.

O guerreiro olhou para o garoto, parecendo notar a presença dele pela primeira vez. Ona estremeceu levemente por dentro, observando aqueles olhos

 - Sim. Estive lá quando tinha dezoito anos, mas logo desisiti, farto do Alto Conselho. Quem é você?

Se Ona havia estremecido levemente antes, dessa vez foi um pouco mais forte. Percebeu que não havia se apresentado para Ankho. E como podia? Para o garoto, parecia que o homem à sua frente era superior. Como se fosse de outra espécie.

 - M-m-meu nome é-é Ona, senhor. - Ele olhou para baixo, nervosamente mexendo os pés. -  E-eu sou d-de...

 - Espere. - Loretta parecia ter se recuperado do torpor. - Você não disse o motivo do Alto Conselho. Digo, sua teoria faz sentido, mas pra quê eles gastariam membros da própria guilda em missões de alto risco? - Questionou ela, mantendo o arco apontado para Ankho.

 - Achei que estivesse claro. Se há ameaça e não há um governo central para protegê-los, os habitantes de Gohr precisam de proteção. E os mercenários não são difíceis de contratar. Tudo que você precisa é de dinheiro. Sem orcs, não há necessidade para proteção, portanto não há o pagamento. Para o Alto Conselho, que se dane as missões de alto risco. Há mercenários o suficiente para garantir lucro por décadas. Tudo que eles precisam é garantir que a defesa não vire ataque. E, claro, existe de vez em quando a necessidade de sacrificar um vilarejo para garantir o medo por um tempo determinado, aumentando o valor do pagamento.

Essa declaração abateu Ona com tanta força que ele quase se desequilibrou. Aikon, pensou. Sua cidade claramente fora sacrificada. Se os mercenários quisessem protegê-la, ela não estaria em ruínas. Seu punho se fechou com tanta força, que suas unhas cortaram a palma da mão. O sangue escorria levemente, enquanto o mundo de Ona girava.

Loretta também parecia ter levado essa declaração como verdade. Ela mordeu o lábio, e ficou em silêncio por alguns minutos. Ankho esperou pacientemente, voltando a ignorar o garoto ruivo que tremia ao seu lado. Lentamente, a arqueira abaixou o arco.

Só que a tensão não estava no fim.

 - ABAIXEM-SE! - Gritou Ankho, olhando para a carruagem. Uma seta passou zunindo por cima do grupo, que pulou para o chão.

Ona olhou para cima. Uma quinzena de orcs estava no alto da depressão. Só que esses não eram arruaceiros, eram uma patrulha. Patrulhas costumavam rondar o deserto, matando, roubando e estuprando qualquer coisa que passasse pelo caminho, não necessariamente nessa ordem. Eram o pesadelo das crianças, que eram alertadas pelos pais a nunca sair das cidades. E agora uma delas estava prestes a fazer novas vítimas.

 - Você. - disse Ankho, se levantando e olhando para Loretta. - Me dê cobertura. - E saiu correndo para a estrutura negra que estava aprisionado.

Loretta se levantou e atirou no grupo hostil. Duas flechas acertaram o crânio seus alvos, só que esses não eram arruaceiros comuns. Logo que seus companheiros foram vitimados, eles puxaram escudos de couro e madeira das costas e se protegeram das flechas, enquanto avançavam pela depressão. Enquanto isso, os dois orcs armados com bestas se protegiam atrás da carruagem.

A arqueira fez um som com a língua de descontentamento, e puxou Ona, que ainda estava estendido no chão, para uma das barracas que antes protegeu brevemente a vida dos orcs do acampamento. Ona esperava ter um destino diferente do deles.

 - Ankho! - gritou Loretta para a estrutura negra. - Seja rápido com o que quer que esteja fazendo!

 - Eu disse... - respondeu Ankho, saindo da estrutura com um machado gigantesco de duas mãos, feito de ferro reluzente - para me dar cobertura! - Ele desandou a avançar contra seus inimigos, brandindo sua arma.

Como já foi dito, é bem raro orcs se verem em uma situação onde são os atacados. Portanto, não se pode julgar a surpresa do grupo quando Ankho avançou contra o primeiro da fila, derrubando-o com uma ombrada no escudo e cortando rapidamente o braço que segurava a arma da criatura. Ela urrou de dor, e ele aproveitou o estupor temporário dos inimigos para fazer um movimento de meia-lua e atacar o escudo do monstro mais próximo. A força era tamanha que o escudo se partiu, derrubando lascas de madeira pela superfície do deserto. Ankho continuou seu movimento, fazendo um giro em torno do seu próprio eixo e tornando a atacar a criatura, cortando seu estômago.

Os remanescentes passaram a tentar cercar o bárbaro, enquanto lá em cima os orcs armados com bestas miraram em no humano ensandecido. Loretta percebeu o movimento deles e atirou duas flechas, atingindo-os entre seus olhos, antes que sequer pudessem apertar o gatilho.

Essa ação desconcentrou um dos orcs, e Ankho aproveitou a distração dele e cortou sua cabeça com apenas um movimento. O monstro mais próximo levantou o escudo para atacá-lo, e Loretta o recompensou com uma flecha, que passou por baixo do braço do bárbaro e acertou o orc em seu peito. O guerreiro o finalizou com um golpe onde a flecha havia o atingido.

Agora restavam quatro orcs, um perto de Ankho e o restante mais afastado. O mais próximo tentou atingir com seu escudo o braço do guerreiro que segurava a arma, mas o movimento foi desengonçado e o defensor se desviou, fazendo um novo movimento para cortar o flanco do adversário.

O grupo mais afastado se dividiu, com dois deles correndo com seus escudos levantados para onde Loretta e Ona estavam, e o outro se pondo entre eles e Ankho.

 - Cuidado! - gritou Ona, e Loretta se virou para os atacantes, atirando inutilmente duas flechas que pararam nos escudos, e recuou rapidamente puxando Ona pelo colarinho. O orc que enfrentava Ankho assumiu uma posição defensiva, se esquivando dos ataques exagerados do bárbaro.

Loretta terminou de puxar Ona para longe da barraca, derrubou seu arco e saltou para cima da habitação, pegando impulso para dar um novo salto, passando por cima dos orcs. Logo que ela encostou no chão, as costas dos orcs estavam expostas, e ela aproveitou para se virar e lançar duas adagas contra eles, matando-os instantaneamente. O inimigo remanescente largou seu escudo e começou a correr. Loretta foi calmamente a seu arco, e atirou nele com uma distância considerável, derrubando-o quando ele começava a subir a depressão.

Ona ficou apavorado com os dois humanos, que agora limpavam suas armas e recolhiam as flechas dos escudos. Eles não eram desse mundo, pensou.

Ankho e Loretta foram em silêncio para o topo da depressão. Ona os seguiu, e parou os olhos na carruagem orc. Era bem parecida com a dele, mas o pano branco e ajeitado foi substituído por peles grosseiras. Ankho vasculhou o veículo, derrubando alguns papéis. O garoto olhou para eles, e percebeu um mapa.

A linguagem orc não era ensinada em todas as escolas, mas o pai de Ona, como político, sempre considerou a possibilidade de fazer contato pacífico com essas criaturas, portanto ensinou a família a escrita, sendo que a linguagem estava impossibilitada pela falta de tradutores orcs. Portanto, ao observar de relance o mapa, ele identificou algumas coisas. Uma prisão a céu aberto estava próxima deles, e mais adiante para o centro do deserto estava o acampamento militar principal. Um plano se formava a passos largos na cabeça do ruivo.

 - Bem, vejo que você não deve voltar à Guilda - disse Ankho, falando com Loretta. - Você não me parece o tipo de pessoa que voltaria a trabalhar para pessoas assim.

 - Infelizmente, você tem razão. Ainda estou pensando o que fazer. Provavelmente tentarei sair do deserto.

 - Entendo. Bem, acho que isso é um adeus.

 - E-esperem. - Disse Ona. - Acho que tenho uma idéia melhor. - Ona se sentiu um pouco apavorado por estar falando assim com pessoas que acabaram de realizar feitos espantosos, mas precisava disso. O plano estava fresco em sua cabeça, e era a única coisa que sobrava em sua vida. Não havia espaço para o nervosismo nessa hora tão crucial. - Vocês estão contra o Alto Conselho e contra os orcs, certo? Eu tenho um plano de atacarmos os dois. Se nos livrarmos dos monstros, as pessoas não terão razão de pagar os mercenários!

 - E como você tem esperança de fazer isso? - perguntou Loretta.

Ona mostrou o mapa. - Há uma prisão aqui perto. Se liberarmos os presos, poderemos ter forças para atacar a base orc. Sem um comando central, eles com certeza se desestabilizarão e lutarão entre si pelo poder!

 - Parece um plano muito simplista. - respondeu Loretta.

 - Ninguém nunca tentou atacar os orcs. Nunca saberemos o que acontecerá. Seremos os primeiros a tentar. E não me importa. É a única coisa que posso fazer.

 - Bem, vocês podem fazer o que quiser. - disse Ankho, subitamente. - Mas eu vou voltar para Aikon. Acho que a cidade ficou muito tempo sem mim.

Ona abaixou a cabeça. - Aikon... Aikon foi destruída. - A lembrança ainda era forte para ele. Lágrimas voltaram a escorrer pelo seu rosto, enquanto Ankho olhava-o de forma sombria.

Alguns minutos depois, no silêncio interrompido pelas fungadas de Ona, Ankho voltou a falar. - Bem, seguiremos seu plano então. Não tenho nenhum lugar para ir, mesmo.

 - Bem, acho que essa também é minha situação. - disse Loretta, encolhendo os ombros. - Mostre o caminho, capitão.

Ona se animou um pouco. Aikon estava morta, mas ele podia fazer os responsáveis pagarem. Ele não tinha mais nenhum motivo de vida. Era cumprir o plano ou morrer tentando. Ainda que ele tivesse medo do fim de sua vida, que rondava seus dias como uma ave carniceira, havia, de forma profunda em sua alma, uma confiança em Loretta e Ankho. Depois do que os dois fizeram, quem se colocaria no caminho deles?

Mal sabia ele o que o esperava.



sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Music is very porreta 05: Tales of

Bem vindos, senhoras e senhores, a mais uma coluna de música aqui no Recinto Nerd. E hoje teremos a série Tales of!


Eu amo Tales of. Sério. Caracterização de personagens, skit scenes, visual anime, cenas de anime, combate interessante, personagens carismáticos, skits scenes, história épica, skit scenes.

Já falei de skit scenes?

Só joguei três jogos da série mas sei reconhecer amor verdadeiro quando sinto um. A série é linda, maravilhosa, sexy...

Er...

Enfim. Embora eu só tenha jogado três jogos, como não sou um retardado, pude perceber características em comum. Como por exemplo, a história que só pega no tranco de verdade no fim do jogo.

Ei, não é porque sou um fã que não vou perceber os erros. Isso é algo que fãs de Justin Bieber fazem. Sou um profissional. E afinal, quando a história pega no tranco, rapaz, vale a pena todo o tempo que você ficou indo de um lado ao outro do mapa para fazer ela rodar.

E a música também tem um pouco disso. As composições do final do jogo são tão marcantes e fodas que te fazem esquecer o resto do jogo com músicas comuns. Por isso que as músicas listadas aqui são praticamente todas das batalhas finais.

Ah, e antes de começar, devo dizer que só joguei três jogos, então é claro que vai ter mais de Tales of Vesperia, Abyss e Symphonia. Se quiserem mais, me comprem os outros jogos.

Comecemos.

Tales of Symphonia: Dawn of the New World - Wilderness of Sadness (ufa).


Vamos começar, logicamente, pelo primeiro jogo que eu joguei da série. 

Sim, fanboys, eu não joguei o Tales of Symphonia original. Se quiserem reclamar, comprem e me dêem. E depois vão se tacar de um prédio em chamas segurando uma bigorna coberta por porcos-espinho. 

Cara, eu vou dizer que eu gostei de ToS 2, ou ToS: KoR. Ou ToS: DotNW. Ou o jogo com o pior protagonista da história. Tudo bem, eu sei que não é o melhor Tales do mundo, e que os personagens são uma bela duma bosta fumegante. Só que eu só comecei a gostar da série depois desse jogo, então NÃO OUSEM FALAR MAL DELE. OUVIRAM, SEUS HATERS MALDITOS?

Ah, é, a música.

Hm...

Errr... ela é épica? Tudo bem, pode parecer um pouco bagunçada no meio, mas cara, é boa. Você precisa apenas ignorar certas partes. Tipo o jogo em que ela toca. 

Tales of Symphonia: Fatalize


E para não dizer que não falei das flores, aqui vai uma música do jogo original que eu achei enquanto pesquisava. Ouvi-la apenas me faz querer jogar essa coisa, porque todos sabemos que músicas de batalha são bem melhores quando você joga uma batalha com ela. 

E sim, eu sei que argumento invalida colocar músicas de batalha em um post para várias pessoas, mas prefiro assumir que isso vai fazer vocês se interessarem na série. 

Sobre a música, a parte da guitarra fazendo um... descendo? Isso existe? Também tem a parte que o... er... eu não sei que instrumento faz o "tararantatata...".

...

...

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NÃO ME JULGUEM!

Tales of Symphonia: Fighting of the Spirit


"O quê? Outra música do Symphonia original? Ah, Zoraman, como você é uma pessoa legal. Por favor, tome nossas crianças e nossas carteiras".

Menos, gente. Apenas a carteira de suas senhorias serve.

Ei, eu nunca disse que Symphonia era um mau jogo. Apenas não joguei, mas as músicas que eu achei eram boas. E só incluí elas porque, bem, tem poucas músicas boas e não queria fazer uma seleção apenas de Vesperia, então foi assim. Felizes?

Sobre a música, é uma variação do clássico tema de batalha, algo que a série tem a dar com pau. Sério, daqui a pouco não vão existir mais variações.

Tales of the Abyss: Never Surrender


Agora vamos falar de Tales of the Abyss. Bem... eu não achei um Tales tão bom. Sim, eu sei que eu gostei de Dawn of the New World, o que fere completamente minha moral, mas me escutem. Ou leiam, sei lá. Você pode ler em voz alta se isso te ajuda.

A questão é que Abyss requer muito backtracking. Sim, eu sei que backtracking é algo presente em todos os Tales of, mas cacete, há um limite! Ir toda a hora para cidades que você já viu enche a porra do saco! Principalmente quando por boa parte do jogo você não tem uma airship.

Até a música foi meio decepcionante, voltando a pensar. Só duas músicas valeram a pena para mim, mas a segunda é tão foda que compensa.

Quanto a essa, eu sei que é um remix do tema de batalha, mas cara! O título é Never Surrender! Que se dane o resto!

Tales of the Abyss: Meaning of Birth


AH, MAS PUTA QUE PARIU. QUE MÚSICA FODA.

Eu preciso entrar em spoilers para explicar o quanto ela é foda, mas tudo bem, né? Estou falando de um jogo de PS2, por favor.

Duas informações antes: Todo Tales tem um nome em japonês que significa alguma coisa RPG. Por exemplo, Abyss é To Know the Meaning of One's Birth RPG. Sim, é muita pressão para uma história ser a história para descobrir o sentido da vida, e é claro que ela não consegue. Só que é divertida, então vale.

E para terminar, quase todo (ou todo, sei lá) Tales tem um personagem que não é exatamente o vilão, mas que entra em brigas com o protagonista. Podem ser amigos, inimigos ou até, nesse caso, (SPOILER ATÉ O FINAL AGORA, PORRA), clones um do outro. E quando você chega no final, você tem um embate derradeiro de um contra um com ele.

Nesse jogo, o protagonista, Luke, é um bosta. Ele sem querer mata uma cidade inteira no meio do jogo, e passa o resto dele buscando redenção. Só que ele descobre que é clone de Asch, e foi colocado no lugar dele. Não quero entrar em mais detalhes, mas imagine o quanto ele se estressam. 

Logo, chegando ao confronto final com ele, você tem essa música. Eu não tenho palavras para descrevê-la. Só para dar uma idéia, é até agora a música mais tocada do meu iPod. 

Eu me lembro que eu perdia de propósito a luta só para ouvir mais a música.

...

O.K, eu perdia porque sou péssimo em x1 nos Tales. Me deixem em paz!

Tales of Vesperia: Ring a Bell


Sim, a babaca da WMG bloqueou a música no site. Vai ver no youtube e volta aqui. 

Cara, eu tinha falado de batalhas um contra um com adversários do jogo inteiro. E essa é uma delas.
E vou precisar de caps lock para dizer que ELA É ABSURDA!

Se imagine lutando com alguém com ela. Diabos, imagine lutando pela justiça, modo de vida americano e tudo mais que faz a sua cabeça. IMAGINE CAINDO NA PORRADA COM SEU MELHOR AMIGO ESPADACHIM PARA SALVAR O MUNDO.

COM ESSA MÚSICA.

É.

CONTROLE SEUS ORGASMOS.

Tales of Vesperia: Resolution of the People


Essa é uma melodia adaptada da canção tema do jogo, Ring a Bell

Ela só toca uma vez no jogo, que eu saiba. Quando tudo parece se encaixar e você forma uma aliança para encarar o fim do mundo.

Sei que essa escolha não parece muita coisa, mas você tem que ter jogado para entender. A hora que ela toca é tão perfeita que a eleva para níveis estratosféricos.

Além do mais, músicas tema sempre geram adaptações incríveis. Meaning of Birth foi assim.

E com isso terminamos. Espero que você tenha curtido e VÁ JOGAR ALGUM TALES OF. DEPOIS DE QUARENTA HORAS DE JOGO VOCÊ VAI ME AGRADECER DE VERDADE.

Ah, e os dias de post agora são sexta. Deal with it.