Eu ri bastante no filme.
Eu não sabia como começar a resenha. Pensei em começar com "eu não chorei", mas aí pareceria algo completamente insensível. Não que rir não seja, mas enfim. Sim, todos choraram vendo o filme e eu me acabei de rir. Diabos, é o último filme de Harry Potter, que simbolizou toda a minha infância. Como eu consegui conter as lágrimas de esguicho e ainda consegui soltar gargalhadas?
Desconfio de algumas desculpas para esse acontecimento. Comecemos com o filme em si. E antes que você se questione, não, esse não será um post engraçaralho. Algumas vezes na vida tento buscar alguma capacidade criativa, e hoje é um desses dias.
Eu achei o filme um tremendo potencial desperdiçado. E antes que comecem as pedras, deixem-me explicar. Todo o foco do filme é a batalha final em Hogwarts. Cortaram o livro em dois para poder dar toda a atenção para a conclusão, que soava épica. A preparação para ela foi extremamente bem-feita, forçando o espectador a criar uma expectativa tremenda para a peleja. Eu, por exemplo, estava com a cabeça em Senhor dos Anéis.
E 90% das lutas aparecem off-screen.
...
PORRA!
Digo, há cenas que isso fica patético. Quando Neville se levanta, há cerca de 32 bruxos se esmurrando atrás dele. FORA DE FOCO. Isso foi um belo chute nas bolas morais. Se houve tanta preparação para a conclusão, que mostrem a conclusão! Entendo que o foco deva ser Harry, Rony e Hermione, mas há limites. Senhor dos Anéis fez isso perfeitamente.
E se quiserem reclamar porque eu comparo tanto, digo que uma das cenas que eu mais ri foi quando Harry morre e toda a tela está branco reluzente, e de repente Gandalf, o Branco aparece.
Sim, eu tenho certeza de que isso foi de propósito.
No mais, percebe-se que o filme se esforça ao máximo para te emocionar. Diálogos e cenas tocantes se seguem sem parar, sem dar ao espectador a chance de absorver e se sensibilizar com o que está passando. Talvez isso seja bem pessoal, mas acho que essas cenas deveriam ser mais afastadas uma da outra. Não há tempo para respirar.
A música também foi usada com enfoque em tentar te fazer chorar. O tema de Harry Potter deve ter tocado umas quinze vezes no filme.
Nisso, há duas reclamações minhas. Uma é extremamente pessoal, e se deve ao fato de que eu choraria mais se houvesse cenas de retrospectiva. Os momentos que mais me tocaram foram quando a professora McGonagall vê Harry voltar ao castelo (me fazendo pensar no quanto ela viu ele crescer), e as memórias de Snape, quando revemos Potter ser escolhido pelo Chapéu Seletor. Repito, é uma crítica extremamente pessoal, mas apenas quis manifestá-la.
A outra crítica é mais bem-estruturada. O filme é bem clichê. Você sabe o que eles irão fazer pra te deixar às lágrimas, principalmente quem leu os livros. Eu sabia quando e como eles iam tentar me sensibilizar, e isso cortava um pouco do barato. Sem falar dos certos diálogos sofríveis, como o discurso de Neville.
Já isso aqui é um discurso.
Sim, continuo com Senhor dos Anéis na cabeça. E gritar MORTE antes de cair em cima de um exército de orcs, uruk-hais e outros seres bizarros deve ser irado.
Outra motivo pelo qual não chorei é o contexto no qual vi o filme. Eu tinha me sentido triste com o fato da série ter acabado quando li o livro. E naquele momento eu ainda tinha os filmes. Agora, parte dessa tristeza se dissipou com o tempo.
No entanto, o principal motivo vem justamente de J.K. Rowling. E se chama Pottermore. Com isso, sei que a série nunca morrerá. Isso também alivia minha tristeza.
Mas cacetes, por quê você escreveu isso, pergunta você. Só pra detonar Harry Potter? Não. Quis apenas introduzir o que achei do filme, antes de dizer o que HP significou para mim. E agora acho que vou pegar meus lenços.
Sim, continuo com Senhor dos Anéis na cabeça. E gritar MORTE antes de cair em cima de um exército de orcs, uruk-hais e outros seres bizarros deve ser irado.
Outra motivo pelo qual não chorei é o contexto no qual vi o filme. Eu tinha me sentido triste com o fato da série ter acabado quando li o livro. E naquele momento eu ainda tinha os filmes. Agora, parte dessa tristeza se dissipou com o tempo.
No entanto, o principal motivo vem justamente de J.K. Rowling. E se chama Pottermore. Com isso, sei que a série nunca morrerá. Isso também alivia minha tristeza.
Mas cacetes, por quê você escreveu isso, pergunta você. Só pra detonar Harry Potter? Não. Quis apenas introduzir o que achei do filme, antes de dizer o que HP significou para mim. E agora acho que vou pegar meus lenços.
Harry Potter foi para mim uma porta.
Tenho certeza de que minha vida não seria a mesma sem a obra de Rowling. Ela me apresentou ao mundo dos livros, ao mundo das histórias, ao mundo ao qual eu pertenço. Sem ela, talvez eu nunca teria lido Tolkien, Michael Moore, Cornwell, Douglas Adams e Orwell.
Por mais que essa porta não pareça tão mágica quanto era na minha infância, não posso negar que ela tem seu charme. Eu era mais fã de Harry Potter quando era pequeno, até que percebi que há coisas melhores. No entanto, essas coisas melhores eram reservadas para um público já acostumado à leitura, e sem HP talvez eu nunca teria me acostumado. Por mais que eu gostasse de ler, A Pedra Filosofal foi meu primeiro livro sério (leia-se: sem desenhos). Tanto que eu demorei pra ler porque não achava agradável essa experiência que era controlada pela minha imaginação.
E agora praticamente se fechou atrás de mim. Há Pottermore, claro, mas será que haverá o frenesi que eu sentia antigamente? Eu ficava esperando os livros serem lançados, contava os dias para os filmes. Agora esse frenesi não se foi, mas foi substituído. No entanto, ele não ocorrerá mais com a mesma frequência. Sempre havia um livro de Harry Potter a esperar. Sempre havia um filme de Harry Potter a esperar. Agora não há mais.
Foi uma aventura. Uma aventura que durou dez anos, que formou muita gente e deixou muitos órfãos. Para nós, não haverá outro Harry Potter. Por mais que venha algo parecido, nunca será a mesma coisa. Por mais que não estejamos dando adeus para a série, sabemos que os livros e os filmes pertencem ao passado. Pottermore será diferente. A saga de Harry contra Voldemort acabou, e não voltará.
Portanto, queria terminar com um agradecimento. Talvez eu não teria seguido o caminho de contar histórias sem a pedra inicial. Essa pedra está soterrada por muitas outras pedras? Sim, mas ela continua na base. E de lá, ela nunca sairá.
Agora a jornada continua.
Tenho certeza de que minha vida não seria a mesma sem a obra de Rowling. Ela me apresentou ao mundo dos livros, ao mundo das histórias, ao mundo ao qual eu pertenço. Sem ela, talvez eu nunca teria lido Tolkien, Michael Moore, Cornwell, Douglas Adams e Orwell.
Por mais que essa porta não pareça tão mágica quanto era na minha infância, não posso negar que ela tem seu charme. Eu era mais fã de Harry Potter quando era pequeno, até que percebi que há coisas melhores. No entanto, essas coisas melhores eram reservadas para um público já acostumado à leitura, e sem HP talvez eu nunca teria me acostumado. Por mais que eu gostasse de ler, A Pedra Filosofal foi meu primeiro livro sério (leia-se: sem desenhos). Tanto que eu demorei pra ler porque não achava agradável essa experiência que era controlada pela minha imaginação.
E agora praticamente se fechou atrás de mim. Há Pottermore, claro, mas será que haverá o frenesi que eu sentia antigamente? Eu ficava esperando os livros serem lançados, contava os dias para os filmes. Agora esse frenesi não se foi, mas foi substituído. No entanto, ele não ocorrerá mais com a mesma frequência. Sempre havia um livro de Harry Potter a esperar. Sempre havia um filme de Harry Potter a esperar. Agora não há mais.
Foi uma aventura. Uma aventura que durou dez anos, que formou muita gente e deixou muitos órfãos. Para nós, não haverá outro Harry Potter. Por mais que venha algo parecido, nunca será a mesma coisa. Por mais que não estejamos dando adeus para a série, sabemos que os livros e os filmes pertencem ao passado. Pottermore será diferente. A saga de Harry contra Voldemort acabou, e não voltará.
Portanto, queria terminar com um agradecimento. Talvez eu não teria seguido o caminho de contar histórias sem a pedra inicial. Essa pedra está soterrada por muitas outras pedras? Sim, mas ela continua na base. E de lá, ela nunca sairá.
Agora a jornada continua.